05/03/2021 - 15:40
A Ucrânia denunciou nesta sexta-feira (5) um aumento da violência nas linhas de frente com separatistas pró-russos no leste do país, e pediu a intervenção de seus aliados ocidentais, enquanto Moscou afirmou temer uma “guerra total”.
“Vimos uma escalada do conflito nas últimas semanas”, lamentou o chefe de gabinete presidencial da Ucrânia, Andriy Yermak, durante uma conferência virtual.
“Provocações premeditadas estão sendo realizadas contra as forças armadas ucranianas para acabar” com a trégua, afirmou ele, referindo-se ao cessar-fogo a que se chegou em julho passado, o mais longo desde o início da guerra, em 2014.
Yermak pediu a Washington e aos países europeus aliados de Kiev, incluindo França e Berlim, que apadrinharam o processo de paz, que “intensifiquem” seus “esforços” para acalmar a situação.
Por sua vez, o Kremlin declarou-se “profundamente preocupado com as crescentes tensões” no front, que atribuiu a Kiev.
“Estamos percebendo cada vez mais bombardeios regulares vindos do lado ucraniano”, ressaltou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na quinta-feira, alertando que tais atos podem desencadear uma “guerra total”.
A Ucrânia e os países ocidentais consideram que a Rússia apoia os separatistas, fornecendo-lhes tropas, armas e financiamento,algo que Moscou nega.
A guerra no Donbass ucraniano, que já causou mais de 13.000 mortes, começou logo depois que um presidente ucraniano a favor da Rússia fugiu para esse país, e um governo pró-ocidente assumiu o poder na Ucrânia. Após a mudança no poder executivo, o governo russo anexou a península ucraniana da Crimeia.
Depois de meses de intensas batalhas, as hostilidades diminuíram consideravelmente com a assinatura dos acordos de paz de Minsk, em fevereiro de 2015.
Desde então, e apesar de alguns avanços, o processo de paz estagnou.
Desde meados de fevereiro, oito militares ucranianos morreram na linha de frente, enquanto os separatistas relataram três mortes nesta sexta-feira.