20/01/2025 - 11:00
Alemanha é principal destino dos que fogem da guerra e recebeu mais de 1,1 milhão de ucranianos desde início da invasão russa. Kiev diz precisar de ajuda para reconstruir o país e acena com dispensa do serviço militar.Fortemente afetada por quase três anos de invasão russa e penando para manter sua infraestrutura de pé em meio ao conflito, a Ucrânia prepara uma ofensiva para tentar atrair de volta refugiados que se fixaram na Alemanha.
A maior economia da União Europeia é o principal destino dos refugiados ucranianos, tendo acolhido 1,1 milhão deles desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.
O plano prevê a abertura de centros, inicialmente em Berlim e depois em outras cidades alemãs, para preparar o retorno desses refugiados, ajudando-os a encontrar uma moradia ou uma capacitação profissional.
“Uma quantidade considerável de ucranianos considera seriamente voltar para casa”, afirmou o vice-primeiro-ministro da Ucrânia, Oleksiy Chernyshov.
Ele, que esteve em Berlim na semana passada para os preparativos do centro, chefia o Ministério da Unidade Nacional, criado em dezembro para gerenciar a volta dos refugiados.
População encolheu drasticamente nos últimos 30 anos
Cerca de 32 milhões de pessoas vivem hoje na parte do território ucraniano sob controle das tropas de Kiev – 20 milhões a menos que em 1991, época da desintegração da União Soviética.
O governo estima que entre 20 milhões e 25 milhões de ucranianos vivam no exterior.
Segundo Chernyshov, o país precisa principalmente de mão de obra no setor de defesa e energia, mas também para a reconstrução do país. Ele prometeu que aqueles que trabalharem nesses setores críticos terão dispensa garantida do Exército.
Mas a Ucrânia não sofre apenas com a falta de mão de obra: há também falta de reservistas. Em abril do ano passado, o governo anunciou que deixaria de prestar serviços consulares a cidadãos do sexo masculino que vivem no exterior, numa tentativa de forçá-los a voltar e servir no Exército.
Kiev também promete mobilizar os centros de apoio em Berlim e outras cidades alemãs para apoiar cidadãos que queiram permanecer na Alemanha, ajudando-os a encontrar um trabalho ou qualificação profissional. “Eles não devem ser um peso para o governo [alemão]”, frisou Chernyshov.
Em junho de 2024, 717 mil refugiados ucranianos recebiam o benefício social alemão Bürgergeld, incluindo 212 mil pessoas fora da idade de trabalho, em geral crianças. Quase 27% dos refugiados ucranianos encontraram trabalho, segundo os dados do governo alemão.
ra/as (dpa, DW, ots)