A União Europeia (UE) concordou nesta sexta-feira (25) em adotar um “tratamento especial” para Espanha e Portugal para que possam implementar políticas imediatas de redução do preço da energia.

“Acordamos um tratamento especial para a Península Ibérica”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na conclusão de uma cúpula em Bruxelas.

O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, destacou que com esta decisão os dois países poderão adotar “medidas excepcionais e temporárias” para reduzir os preços.

A cúpula de líderes europeus dedicou esta sexta-feira à situação gerada pelo aumento dos preços da energia, alimentado pela guerra na Ucrânia.

Os pedidos da Espanha e de Portugal para serem autorizados a agir imediatamente encontraram resistência.

A solução negociada significa que estes dois países poderão propor à Comissão Europeia medidas a curto prazo para reduzir o preço da eletricidade para os consumidores finais.

“Isso atende às nossas expectativas, vamos conseguir estabelecer um preço de referência e isso significará uma queda de preços, sem dúvida. Na próxima semana enviaremos as propostas à Comissão e temos o compromisso da Comissão de uma resposta urgente”, disse Sanchez em entrevista coletiva.

O presidente espanhol falou à imprensa acompanhado do primeiro-ministro português, António Costa, e ambos não fizeram qualquer esforço para esconder a sua satisfação com o acordo alcançado.

“O trabalho de Espanha e Portugal permitiu este importante acordo para a Península Ibérica (…). Os países da UE têm realidades energéticas diferentes e é claro que temos de baixar os preços da energia a nível europeu”, disse Sanchez.

Costa anunciou que “já na próxima semana” as equipes de Lisboa e Madri apresentarão medidas temporárias à Comissão Europeia para tentar reduzir os preços da eletricidade.

Em entrevista coletiva paralela, o chanceler alemão, Olaf Scholz, comentou que “os dois amigos [Sánchez e Costa] se saíram muito bem”. Em sua opinião, Sánchez “representa muito bem os interesses de seu país”.

A declaração aprovada ao final da cúpula reitera a determinação do bloco de reduzir sua dependência dos hidrocarbonetos russos “o mais rápido possível”.