A Comissão Europeia aprovou a “compra pela americana General Electric (GE) dos ativos de produção e transmissão de energia elétrica da francesa Alstom, com algumas condições” – anunciou nesta terça-feira o órgão executivo da União Europeia (UE).

O aval está “sujeito à transferência para a italiana Ansaldo dos ativos da atividade das ‘turbinas de gás de grande potência’ da Alstom”, informou a Comissão em um comunicado, abrindo caminho para uma fusão avaliada em 12,5 bilhões de euros.

A Comissão receava que a operação tirasse do mercado um dos principais concorrentes da GE no mercado mundial de turbinas de gás de grande potência.

“Neste mercado, a GE é a primeira fabricante, e a Alstom, terceira ou quarta em nível mundial”, explica o comunicado.

“A avançada tecnologia de turbinas de gás de grande potência é essencial para enfrentar os desafios colocados pelas alterações climáticas e para modernizar nosso abastecimento de energia”, disse a comissária europeia de Concorrência, Margrethe Vestager, citada no comunicado.

Essa tecnologia, acrescentou, é “a maneira mais eficaz de produzir eletricidade com combustíveis fósseis”.

Segundo a Comissão, as partes concordaram em ceder os ativos mais avançados do ponto de vista tecnológico da atividade de turbinas de gás da Alstom, bem como parte da equipe essencial para o seu desenvolvimento futuro.

“A GE propôs a italiana Ansaldo como um comprador potencial desses ativos”, explica.

Com essa operação, a GE espera economizar 3 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, o que já levou a companhia a duplicar as previsões de lucro entre 2016 e 2018.

Em entrevista à AFP, o encarregado do processo de integração GE/Alstom, Mark Hutchinson, admitiu que “haverá corte de vagas em escala mundial”, enquanto na França permanece o compromisso do grupo americano de criar empregos.

Depois do anúncio, as autoridades americanas deram seu aval à fusão.

O presidente da Alstom, Patrick Kron, celebrou a decisão.

“Os compromissos da General Electric respondem ao desejo das autoridades de manter a intensidade de concorrência no mercado e preservam o interesse dos empregados, acionistas e clientes da Alstom”.

“A aliança com a Alstom é outra etapa importante na transformação da GE”, reagiu a empresa americana.

“É um bom acordo em um bom momento para a GE”, declarou o presidente do conglomerado, Jeffrey Immelt, em nota à imprensa.

As Bolsas também comemoraram a decisão.

Em Paris, o título da Alstom terminou em alta de 1,4%, a 29,015 euros, enquanto em Wall Street, por volta de 13h (horário de Brasília), a ação da GE ganhava 2,83%, a 24,68 dólares.

A operação será concluída no quarto trimestre. Estão em suspenso as autorizações oficiais em cinco países, entre eles México e Rússia.

A imprensa já havia anunciado há alguns dias que a Comissão aceitaria a fusão.

A operação é a mais importante na história do grupo americano que, assim como a Alstom, está instalado em vários países.

A Alstom emprega 18.000 pessoas na França, de um total de 90.000 funcionários em todo o mundo.