O ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, garantiu nesta quinta-feira que a União Europeia (UE) está preparada para mitigar os efeitos de uma possível saída da zona do euro da Grécia.

“Ninguém quer que aconteça uma ‘Grexit’, mas a Europa pode mitigar as consequências”, disse o ministro durante um debate em Barcelona (nordeste) sobre o 30º aniversário do tratado de adesão da Espanha à União Europeia (1985).

Segundo o chanceler espanhol, as instituições europeias devem empreender duas medidas: “que o Banco Central Europeu (BCE) faça efetivamente uma compra expressiva de títulos para conter o primeiro golpe dos mercados e que o resto dos países deem um passo em direção à federalização da união econômica e monetária”.

“Assim ficaria claro que isso não é o início da dissolução do euro, mas o começo da construção do euro sobre bases mais sólidas”, acrescentou.

Como outros membros do governo conservador de Mariano Rajoy, um dos mais severos com Atenas, Margallo atacou o governo de Alexis Tsipras, que pede a reestruturação da dívida e o fim da austeridade.

“O problema da Grécia não é a dívida. O problema da Grécia é o crescimento, aplicar políticas econômicas razoáveis, e não políticas econômicas disparatadas como as que tem sido aplicadas”, disse.

“O grande problema do governo grego não é que não queira cumprir as regras, mas que não entenda as regras do jogo”, insistiu.

Cumprindo o prazo, o primeiro-ministro grego apresentou nesta quinta-feira seu novo programa de reformas à ‘troika’ formada por União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

No domingo, em uma reunião extraordinária dos 28 países da UE, os dirigentes deverão decidir se aprovam o novo resgate ou se iniciam os trâmites para tirar a Grécia da zona do euro.