Por Paul Carrel e Stine Jacobsen

BERLIM/COPENHAGUE (Reuters) – A União Europeia prometeu nesta quarta-feira uma resposta “robusta” a qualquer interrupção intencional de sua infraestrutura de energia, depois de dizer que suspeita que sabotagem seja a razão por trás de vazamentos de gás descobertos esta semana em oleodutos submarinos russos para a Europa.

À medida que o gás era expelido sob o Mar Báltico pelo terceiro dia após ser detectado, ainda não estava claro quem poderia ser responsável por qualquer sabotagem dos gasodutos Nord Stream, que a Rússia e os parceiros europeus gastaram bilhões de dólares construindo.

A Rússia, que reduziu as entregas de gás para a Europa depois que o Ocidente impôs sanções sobre a invasão da Ucrânia por Moscou, também disse que a sabotagem é uma possibilidade.

“Qualquer interrupção deliberada da infraestrutura energética europeia é totalmente inaceitável e será recebida com uma resposta robusta e unida”, disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell.

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Ecoando os pontos de vista da Alemanha, Dinamarca e Suécia, ele disse que a sabotagem é provável, embora a UE não tenha nomeado um potencial perpetrador ou sugerido um motivo. Washington, que liderou os esforços para punir Moscou pela guerra, acredita que é muito cedo para concluir que houve sabotagem, disse um alto funcionário militar dos EUA.

“O júri ainda está fora”, disse o funcionário a repórteres. “Muitos de nossos parceiros, eu acho, determinaram ou acreditam que é sabotagem. Questionado se qualquer envolvimento dos EUA nas rupturas poderia ser descartado, o oficial militar dos EUA disse: “Nós absolutamente não estávamos envolvidos”.

O Conselho de Segurança da ONU se reunirá na sexta-feira a pedido da Rússia para discutir os danos aos oleodutos, disse a missão francesa da ONU, que ocupa a presidência do conselho de 15 membros no mês de setembro.

A embaixada da Rússia na Dinamarca disse que qualquer sabotagem nos oleodutos da Nord Stream é um ataque à segurança energética da Rússia e da Europa.

Os gasodutos Nord Stream têm sido foco de uma crescente disputa energética entre capitais da Europa e Moscou, que prejudicou as principais economias ocidentais e fez disparar os preços do gás.

O ministro da Defesa da Dinamarca disse após uma reunião com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que havia motivos para preocupação com a situação de segurança na região.

“A Rússia tem uma presença militar significativa na região do Mar Báltico e esperamos que eles continuem com suas demonstrações de poderio militar”, disse Morten Bodskov em comunicado.

O primeiro-ministro da Noruega disse na quarta-feira que seus militares serão destacados perto de instalações de petróleo e gás, enquanto a Dinamarca está aumentando seu nível de preparação.

(Reportagem das redações da Reuters)

((Tradução Redação São Paulo))

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