A Agência Europeia de Medicamento (EMA) declarou nesta quinta-feira (4) que é a favor a recomendar aos Estados-membros da União o uso, em casos de emergência, do tratamento contra a covid-19 desenvolvido pela MSD, autorizado hoje no Reino Unido.

A EMA busca, por outro lado, acelerar o estudo que lançou na semana passada sobre este medicamento para poder autorizar sua comercialização, em um momento em que a Europa vivencia um aumento dos casos de coronavírus.

“Tentaremos acelerar nossa avaliação para conseguir a autorização no prazo mais breve”, declarou em coletiva de imprensa Marco Cavaleri, responsável da estratégia de vacinação da EMA, que não pode, por enquanto, fornecer uma data exata.

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“Somos a favor de recomendar aos Estados-membros da União Europeia que coloquem este novo antiviral oral à disposição dos casos urgentes, antes de sua autorização”, acrescentou Cavaleri.

Este regulador europeu, com sede em Amsterdã, não tem o poder de tomar uma decisão centralizada sobre o uso de um medicamento em caso de urgência em toda a UE. Só pode recomendar aos Estados individualmente, explicou Cavaleri.

Nesta quinta-feira, o Reino Unido se tornou o primeiro país a autorizar o molnupiravir, tratamento desenvolvido pelo laboratório americano MSD, os primeiros comprimidos contra o coronavírus no mercado, o que faz deles uma ferramenta crucial na luta contra a pandemia.

Segundo um ensaio clínico realizado pela MSD, o tratamento provou que reduz pela metade o risco de hospitalização. Os pacientes devem tomá-lo nos dias seguintes a um teste positivo.

A EMA pediu, por sua vez, que a população se vacine o mais rápido possível para combater a “quarta onda” da pandemia, que afeta a Europa com força.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quinta-feira para o ritmo “muito preocupante” dos níveis de propagação do vírus na Europa. A Alemanha bateu o recorde diário de casos nesse mesmo dia.

“A situação epidemiológica na Europa atualmente é muito preocupante”, declarou Fergus Sweeney, chefe do grupo de ensaios clínicos da EMA.

“É muito importante que estejamos todos vacinados, porque não estaremos protegidos até que todo o mundo esteja”, acrescentou.