O executivo Giovani Decker não é mais o general manager do UFC no Brasil. Neste momento, ele está discutindo questões jurídicas para formalizar sua saída, mas já deixou a rotina no escritório paulista da maior promotora de MMA do mundo, no bairro da Vila Nova Conceição. Pessoas com conhecimento do assunto contam que seu desentendimento com o UFC começou logo após os irmãos Lorenzo e Frank Fertitta venderem o negócio para o grupo americano WME-IMG, por US$ 4 bilhões, em julho deste ano. Os novos donos do UFC promoveram mudanças bruscas na condução das lutas, preferindo o entretenimento ao esporte. Agora, vale mais o show do que o resultado esportivo, o que tem rebaixado os lutadores brasileiros a coadjuvantes – por isso, José Aldo, que ficou 10 anos invicto no esporte, resolveu deixar o UFC. Decker teria deixado claro que o Brasil é protagonista e que ele não aceitaria decisões equivocadas. Mostrou que o País é um sucesso, tanto pela qualidade e quantidade de atletas de alto nível, como pelo retorno das lutas promovidas por aqui, como o UFC 198, o maior evento da história da promotora de lutas, que levou mais de 45 mil pessoas à Arena da Baixada, em Curitiba. Os argumentos do executivo foram ignorados e, em vez de ser um fantoche e apenas sorrir em fotos, ele preferiu usar a famosa frase do locutor Bruce Buffer: It’s time… para dizer adeus.

(Nota publicada na Edição 990 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Márcio Kroehn e Gabriel Baldocchi)