13/08/2021 - 8:00
O terceiro maior meteorito já encontrado no Brasil acaba de ser comprado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com mais de 1,3 tonelada e 75 cm de diâmetro, a rocha ficará exposta no Museu da Geodiversidade, na zona norte carioca.
O bloco tem cerca de 4,5 bilhões de anos – idade similar à da Terra – e caiu no planeta há cerca de mil anos. Foi encontrado em uma fazenda de Campinorte, a 300 quilômetros da cidade de Goiás, em 1992. Os meteoritos são fragmentos de rochas extraterrestres que penetram a atmosfera e ajudam a entender a formação e a evolução do Sistema Solar.
“Os meteoritos guardam a memória dos instantes iniciais da formação da Terra. São materiais originados no mesmo instante em que o planeta surgiu, conforme aceito pela Teoria do Big Bang”, explicou o diretor do Instituto de Geociências da UFRJ, Edson Farias de Mello. “Ao contrário dos materiais terrestres, que sofreram muitas transformações desde sua formação, eles se mantêm inalterados. Por isso, fornecem com exatidão a idade da Terra.”
O meteorito é composto basicamente de metais, como ferro e níquel. Sua descoberta foi reportada pela Meteoritical Bulletin em 2011, que o classificou como um corpo celeste “não agrupado”.
A astrônoma Maria Elizabeth Zucolotto, do Museu Nacional, avaliou a autenticidade da rocha. Segundo ela, essa é a primeira vez que um meteorito com essa classificação poderá ser estudado no País.
Campanha virtual
O custo total para aquisição, logística de transporte e preparação do espaço no Museu de Geociências ficou próximo de R$ 365 mil. A maior contribuição foi realizada pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que doou R$ 350 mil. O restante do valor foi obtido em campanha na internet.
A preocupação era preservar a peça no Brasil. As rochas extraterrestres têm grande valor de mercado – para se ter uma ideia, no site da Christie’s, uma das maiores casas de leilão do mundo, pequeninos meteoros são apresentados por lances mínimos de até US$ 18 mil.
Como o Bendegó e o Santa Luzia, respectivamente o maior e o segundo maior meteoritos achados no Brasil, a nova rocha faz parte do acervo do Museu Nacional da UFRJ. Mas está cedido por dez anos ao Museu de Geociências onde integra a exposição Memórias da Terra.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.