16/10/2020 - 7:47
Milhões de franceses se preparavam, nesta sexta-feira (16), para desfrutar de uma última noite de liberdade antes do toque de recolher decretado pelo governo para impedir o avanço da covid-19 em Paris e em outras oito grandes cidades do país.
Cerca de 20 milhões de pessoas em cidades como Paris, Marselha, ou Lille, serão afetadas por essa medida, que proíbe circular pelas ruas entre 21h e 6h, exceto em casos excepcionais, por pelo menos um mês.
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A medida entrará em vigor nesta sexta-feira à meia-noite (19h em Brasília). O objetivo é limitar, de maneira indireta, as reuniões na esfera privada, onde os contágios se multiplicam.
Ontem, as autoridades de saúde reportaram um recorde de mais de 30.000 novos casos de coronavírus, 88 mortes e mais de 200 novas internações em terapia intensiva em 24 horas.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, está pressionando o governo para suavizar as regras para teatros, cinemas e outros locais culturais para que os clientes possam voltar para casa mais tarde.
Os donos de restaurantes também criticam a medida. Segundo eles, faz pouco sentido, dadas as normas de distanciamento social já aplicadas em seus estabelecimentos.
A prefeita de Marselha, Michèle Rubirola, contestou uma medida que diz ser resultado de ações insuficientes do governo para reforçar os sistemas hospitalares nos últimos meses.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, confirmou ontem que o toque de recolher exige que quase todos os negócios fechem as portas às 21h, exceto aquelas consideradas essenciais.
Será necessário obter autorização para circular entre 21h e 6h. Os infratores terão de pagar uma multa de 135 euros (US$ 160).
As autoridades também proibiram casamentos e outras festas em locais públicos, bem como festas de estudantes, e pediram à população que limite as reuniões em casas particulares a seis pessoas.
“Precisamos agir. Precisamos colocar um freio na propagação do vírus”, disse o presidente Emmanuel Macron na quarta-feira, ao anunciar o toque de recolher.
Mais de 33.000 pessoas morreram na França desde o início da pandemia de covid-19 em março.