Alegando “anos de perdas significativas”, a Ford encerrou sua produção no Brasil em 11 de janeiro de 2021 – exatamente um ano atrás. No entanto, para fechar suas fábricas depois de mais de 100 anos no País, a montadora precisou gastar bastante dinheiro.

Embora não divulgue oficialmente quanto precisou gastar, a Ford informou, na época, a alocação de U$ 4,2 bilhões para encerrar as operações. Houve custos com a demissão e indenização de milhares de trabalhadores e centenas de concessionárias, além da devolução de incentivos fiscais e do pagamento de empréstimos junto a banco estatal.

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De acordo com sindicatos consultados pelo Uol, a Ford pagou R$ 130 mil a cada trabalhador dispensado mais adicional por tempo de serviço. Apenas a fábrica de Taubaté, responsável pela produção de motores e transmissões, desligou 800 funcionários diretos. Já a unidade de Camaçari, que montava o Ka, Ka Sedan e EcoSport, demitiu 4 mil trabalhadores.

A fábrica de São Bernardo do Campo foi desligada em 2019, quando a montadora deixou de fabricar o Fiesta.

Em julho de 2021, a Ford pagou R$ 2,14 bilhões, em valor corrigido, ao governo da Bahia. O montante é fruto do contrato firmado pelas partes ainda em 2014 para investimentos na fábrica de Camaçari mediante incentivos fiscais.

A Ford ainda quitou dois contratos de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) em janeiro de 2021 cujo valor totalizava R$ 335 milhões. A empresa americana ainda pagou R$ 54,2 milhões a outros 30 contratos de financiamento indireto, de acordo com o Uol.