Foi dada a largada das privatizações de aeroportos no Brasil. Um começo promissor, pode-se dizer. O leilão da unidade de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, arrematou sonoros R$ 170 milhões, representando um ágio de 228% sobre o valor inicialmente pedido. O consórcio Inframérica, formado pela Construtora Engevix com o grupo argentino Corporación América, levou o aeroporto, demonstrando o claro interesse estrangeiro nesse tipo de negócio no País. Embora de pequeno porte para o segmento, a operação abriu caminho para que vários outros sigam o mesmo destino.  

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Já não era sem tempo! As arrastadas discussões sobre o modelo e o tipo de venda a ser feito atrasaram perigosamente o programa de privatização do setor, a ponto de colocar em xeque eventos de porte como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. O impulso desse leilão ainda motivou as autoridades a acelerar o processo dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília. Como principal “hub” do País, Guarulhos deverá seguir um modelo específico no repasse de 31 terminais regionais à livre iniciativa. A expectativa é de que esse leilão ocorra até o final deste ano, iniciando uma fase de investimentos sem precedentes no serviço – algo há muito esperado, principalmente pelos brasileiros que não suportam mais viajar em meio ao caos das instalações desses aeroportos. 

 

Analistas apontam que o impacto da transferência de controle da Infraero para mãos privadas será semelhante àquele provocado na atividade de telefonia, quando o Brasil saiu da era das cavernas nas comunicações para um atendimento padrão Primeiro Mundo. A disputa nas novas concessões é esperada, engordando, por tabela, as cifras das transações. Um lucro em todas as pontas: ganharão o consumidor – com a melhoria do atendimento –, as empresas envolvidas em obras de infraestrutura, os futuros administradores e também o Tesouro Nacional, que terá caixa extra para tocar o que realmente interessa ficar sob a administração e o controle do Estado. Que sejam bem-vindas as próximas vendas!