O copresidente da Cyrela, Raphael Horn, afirmou ontem que está animado com o cronograma de lançamentos imobiliários da incorporadora, embora se mantenha preocupado com os problemas da economia brasileira, especialmente com a subida dos juros.

Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa básica de juros (Selic) em um ponto porcentual, de 13,25% para 14,25% ao ano, seguindo o plano de voo para conter a inflação sinalizado em dezembro e reforçado na reunião anterior, em janeiro.

“Não tem animação para o Brasil no longo prazo. Um dia está fácil, outro está difícil. Nós estamos animados com a nossa grade de lançamentos, mas vamos ver como fica o mercado”, declarou ele, em teleconferência com investidores e analistas. “Até agora, não sentimos diferença do macro (nos negócios da empresa).”

O empresário acrescentou que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso. “Vamos continuar comprando todos os terrenos que achamos que são bons, mas tomando cuidado com o macro.”

No fim de 2024, o estoque de terrenos da Cyrela tinha potencial para o lançamento de projetos com vendas totais estimadas em R$ 18,4 bilhões (parte Cyrela). Um ano antes, estava em R$ 24,1 bilhões.

O diretor financeiro e de relações com investidores, Miguel Mickelberg, disse que a subida de juro foi percebida tanto nos financiamentos dos compradores de imóveis quanto nos das obras. Isso, porém, não tende a mudar a rota da companhia em seus lançamentos. “A alta de juros não vai impactar a nossa estratégia e nosso apetite. Temos um balanço bastante sólido e alternativas de financiamento no mercado de capitais”, afirmou.

A Cyrela Brazil Realty apresentou lucro líquido de R$ 497 milhões no quarto trimestre de 2024, aumento de 100% em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com balanço publicado na quinta-feira. No acumulado de 2024, a incorporadora obteve lucro líquido de R$ 1,649 bilhão, alta de 75% ante 2023.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.