A proporção de brasileiros que mora em casa alugada está em trajetória de crescimento e chegou a 20,9% da população, aponta o Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número representa uma a cada cinco pessoas morando atualmente de aluguel no país.

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Já o número de residentes em domicílio próprio está em queda. Segundo os dados levantados, ele chegou a 72,7% em 2022, abaixo dos 76,8% registrados em 2000. A porcentagem abrange tanto residências já quitadas como ainda em pagamento ou herdadas.

O estudo registra ainda 5,6% da população como residente em domicílio emprestado (por familiares, empresas ou outros) e 0,8% em outras condições de ocupação. Veja no gráfico:

Distribuição dos moradores (Crédito:Reprodução/IBGE)

O Censo Demográfico 2022 foi construído a partir de um extenso questionário com cerca de 10% da população brasileira. O IBGE iniciou a publicação de recortes dos dados nesta quarta-feira, 12.

Cresce quantidade de domicílios com máquina de lavar

O levantamento mostra também um crescimento da população brasileira que possui máquina de lavar roupas em casa, que passou de 31,8% em 2000 para 68,1% em 2022. O dado é considerado um sinalizador das desigualdades sociais brasileiras.

“A presença de máquina de lavar roupas no domicílio pode ter um impacto considerável no dia a dia dos moradores, especialmente das mulheres, que são quem realiza a lavagem das roupas na maioria das vezes”, afirma o analista da pesquisa, Bruno Perez.

O crescimento ocorreu em todas as regiões brasileiras, mas foi mais expressivo no Centro-Oeste, com expansão de 52,5 pontos percentuais, de 26,7% em 2000 para 79,2% em 2022.

No último censo, e região Nordeste apresentou a menor proporção de presença de máquina de lavar, com 37,1%. Já a maior foi registrada no Sul, com 89,8%. Veja no gráfico:

Moradores de domicílios com máquina de lavar (Crédito:Reprodução/IBGE)

Em relação à cor ou raça, a proporção de pessoas sem máquina de lavar roupas em casa foi de 10,8% para amarelos, 18,9% para brancos, 41,3% para pretos, 41,8% para pardos e 53,6% para indígenas.

“Em relação aos indígenas, é preciso ter cautela com esses resultados, pois eles dizem respeito apenas às pessoas que se declaram de cor ou raça indígena, não correspondendo, portanto, ao total da população indígena, que compreende também pessoas declaradas no quesito “se considera indígena”. Além disso, as condições de moradia dos povos indígenas só podem ser adequadamente examinadas à luz de suas especificidades culturais”, explica Perez.