05/12/2018 - 15:59
Durante 1920 e 1933 os Estados Unidos viveram com a lei seca, que proibia consumo, fabricação e transporte de qualquer bebida alcoólica. Porém como muito registrado em filmes, foram criadas diversas maneiras de burlar a lei, com o caso mais célebre sendo o do mafioso Al Capone, que fez sua fama e fortuna através da transgressão da lei.
Outro caso de quem se recusou a abrir mão de um drink no final do dia foi o banqueiro Jean-Baptiste Leonis, que também era construtor e vendedor de bebidas. Quando percebeu a chegada da lei seca, Leonis se adiantou e criou em sua casa e casa de campo um verdadeiro bunker para armanezar suas queridas bebidas. Utilizando sua expertise em construção e segurança de bancos, colocou para proteger sua adega, fortes portas de metal escondidas sob prateleiras de livros.
O acervo ficou praticamente intocado até 2017, quando o neto de Leonis faleceu. Após sua morte, a família decidiu abrir o cofre, que terá algumas de suas peças retiradas para leilão na célebre casa Christie’s. 40 garrafas envasadas entre 1908 e 1930 serão leiloadas, com destaque para um Hermitage de 1914, que a casa espera vender entre US$ 7 mil e US$ 9 mil.
O mercado de whiskies pré e durante o período de proibição é novo. Até 2007, era proibido que pessoas colocassem a venda ou a leilão garrafas guardadas, até que há pouco menos de 10 anos, o estado de Nova York – onde fica localizada a Christie’s – permitiu a criação de um mercado de revenda de bebidas e vinhos, a primeira vez desde a era da lei seca.
A primeira mostra do potencial do mercado veio em 2015, quando a Christie’s leiloou 10 caixas do whiskies Overholt circa 1904. A lenda é de que a bebida era a favorita do célebre pistoleiro Doc Holliday. A expectativa é que as caixas seriam vendidas por cerca de US$ 3 mil, porém um lote chegou a ser vendido por US$ 18.375.