13/03/2013 - 21:00
Papéis avulsos
As ações da Petrobras subiram 14,1% na semana até a quinta-feira 7, após a estatal anunciar um reajuste de 5% no preço do diesel e a descoberta de petróleo de boa qualidade no pré-sal, na Bacia de Santos. Karina Freitas, da corretora Concórdia, avalia que as duas notícias são positivas, mas o aumento do diesel é a melhor delas, pois produzirá impacto imediato no caixa da estatal. “O reajuste vem em um momento em que o dólar está menos apreciado, favorecendo as contas da petrolífera brasileira”, diz em relatório.
Ao apresentar os resultados anuais em fevereiro, a presidenta Graça Foster disse que a produção só aumentaria no segundo semestre. Segundo Marcus Sequeira, do Deutsche Bank, o ponto mais positivo do reajuste pode ser uma alteração na política do governo com relação à estatal. Ao autorizar repasses, Brasília está reduzindo os prejuízos causados aos acionistas da Petrobras pela política de contenção dos preços dos combustíveis.
Quem vem lá
Senior Solution sai abaixo do esperado
A empresa de software e serviços para o setor financeiro Senior Solution, listada no Bovespa Mais, captou R$ 62,1 milhões na segunda oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do ano. Cada papel foi vendido por R$ 11,50, valor 15% inferior ao piso de R$ 13,50 proposto pelos bancos coordenadores da oferta.
Consumo
Natal brilhante na BRMalls
Papai Noel foi generoso com a administradora de shopping centers BRMalls. As compras aquecidas nos 51 shoppings da empresa fizeram os lucros subirem 270%, em 2012, para R$ 1,74 bilhão. Boa parte do resultado, R$ 1,07 bilhão, foi obtido no quarto trimestre, com as vendas de final de ano. No período, a empresa também aumentou sua participação nos shoppings Amazonas e Maceió, ambos em capitais, inaugurou os centros de compras de Londrina Norte, no Paraná e São Bernardo, na Grande São Paulo, e adquiriu 100% do shopping Capim Dourado, em Palmas (TO).
Laticínios
Fermento do crescimento na Vigor
A nova estratégia da Vigor Alimentos é crescer organicamente, depois de investir R$ 410 milhões na aquisição de 50% da Itambé Alimentos, em fevereiro. “Nossa capacidade instalada agora nos permite manter o crescimento pelos próximos dois anos”, diz Gilberto Xandó, presidente da empresa de lácteos da holding J&F. O fermento desse crescimento serão os lucros. A Vigor voltou ao azul e lucrou R$ 30,6 milhões, em 2012, ante um prejuízo de R$ 7,5 milhões, em 2011.
Touro x Urso
O reajuste do diesel e a associação entre EBX e o banco BTG deverão manter em alta o humor dos investidores. As duas notícias aliviam a pressão sobre o setor petrolífero.
Telecomunicações
Oi acumula R$ 60 milhões em multas
A operadora de telefonia Oi acumula R$ 60 milhões em multas aplicadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por descumprir metas de qualidade na telefonia fixa e na móvel. Somente na quinta-feira 7, a Anatel aplicou mais quatro multas à operadora, totalizando R$ 20,05 milhões em punições.
Destaque no pregão
Gafisa pode se desfazer da Alphaville
A Gafisa deve receber no dia 22 de março três propostas para vender a loteadora de imóveis de luxo Alphaville Urbanismo, que foi responsável por quase metade de seus lançamentos em 2012. Um dos possíveis compradores é um velho conhecido, o incorporador americano Sam Zell, que estaria atuando ao lado do fundo GP Investimentos. Ele já teve 32% das ações da Gafisa, mas desfez-se gradualmente de sua posição até zerá-la em 2010. No ano seguinte, as ações caíram 64,9%. A venda da Alphaville ajudaria a Gafisa a reduzir seu endividamento, estimado em R$ 2,63 bilhões no fim de 2012. Outra saída seria abrir o capital da Alphaville.
Palavra de analista:
Para a corretora paulista Planner, a Gafisa precisa muito de uma capitalização, pois não tem dinheiro para novos lançamentos. Os analistas não esperam uma alta dos papéis neste ano.
Mercado em números
Natura
US$ 69,5 milhões – Foi o valor pago pela empresa para concluir a aquisição de 65% da australiana Emeis Holdings, que vende os produtos de beleza premium da Aesop.
Lopes Brasil
114,1 milhões - Será o novo volume de ações da construtora, caso a assembleia prove o desdobramento dos papéis na proporção de um para dois. A votação acontece em 19 de março e não vai alterar o valor da empresa.
Cemig
R$ 2,16 bilhões - Foi o valor captado pela companhia energética mineira com a emissão de debêntures simples com vencimento para cinco, oito e 12 anos. A empresa emitiu R$ 560 milhões a mais que o plano inicial.
Bematech
R$ 32,5 milhões - Foi o lucro líquido da empresa em 2012. Com isso, foi revertido o prejuízo de R$ 42,4 milhões de 2011. No quarto trimestre, a companhia lucrou R$ 10,7 milhões, uma alta de 884% ante 2011.
Banco de Brasília
R$ 2,5 milhões - É o valor total da remuneração que o banco vai pagar aos seus acionistas, sendo R$ 0,069 por ação ordinária e R$ 0,076 por ação preferencial.
Pelo mundo
Carlsberg quer cervejaria chinesa
A cervejaria dinamarquesa Carlsberg fez uma oferta de US$ 461,5 milhões por 30,3% da chinesa Chongqing Brewery, da qual já tem 29,7% das ações, adquiridas em 2010 com a compra da escocesa Scottish and Newcastle.
Yahoo! cancela produto da Blackberry
O Yahoo! deixará de oferecer sete produtos aos clientes, incluindo um aplicativo para celulares da Blackberry, prosseguindo com a eliminação de itens que não são bem-sucedidos. Esse é o segundo corte desde que Marissa Mayer assumiu o cargo de CEO, em 2012.
Adolescentes não curtem tanto o Facebook
O Facebook admitiu em seu último relatório anual que os adolescentes estão se cansando da rede social e buscando outros serviços, como Instagram, Snapchat e Tumblr. Segundo a empresa, o site é menos ágil e menos descolado que a concorrência.
Personagem
A moda internacional da Alpargatas
A Alpargatas, dona de marcas como Havaianas e Topper, acelerou nos investimentos. Além de pagar R$ 67,5 milhões por 30% da grife de vestuário de luxo Osklen, a empresa deve inaugurar no primeiro semestre sua nova fábrica em Montes Claros, Minas Gerais, na qual investiu R$ 187,3 milhões. Márcio Utsch, CEO da Alpargatas, diz que os investimentos visa fortalecer as defesas contra os concorrentes chineses.
Márcio Utsch, CEO da Alpargatas: “investimentos para conter
a concorrência chinesa”
Quais produtos serão fabricados na nova unidade de Minas Gerais?
A nova fábrica de Montes Claros tem tecnologia para produzir qualquer tipo de calçado com borracha expandida. Podemos fazer mais marcas além das que já produzimos.
Como esse investimento se relaciona com a compra da Osklen?
A marca da Osklen é forte, atende um público premium e oferece itens que não tínhamos na coleção, como roupas e acessórios. Também há uma participação em mercados fora do Brasil, o que nos torna uma empresa mais global. Atualmente, 30% da receita é gerada em moeda estrangeira (dólar, euro, peso e outros). Com a entrada em novos mercados e com a expansão naqueles onde já atuamos, podemos elevar a participação das vendas externas e explorar novas categorias de produtos. Consideramos, inclusive, a possibilidade de novas aquisições de marcas globais, para 2013. Além disso, o design é diferente das Havaianas e da Topper, o que aumenta e reformula nosso portfólio.
Em quantos países a Alpargatas já atua?
A Alpargatas atualmente está em 86 países, com mais de 200 mil pontos de venda por Estados Unidos, Argentina, Espanha, Inglaterra, França, Índia e Austrália. Ganharemos ainda mais escala com as lojas internacionais da Osklen.
Como enfrentar a concorrência dos calçados chineses?
É quase impossível competir com os chineses, pois eles produzem em grande escala, com encargos menores, jornada de trabalho maior e moeda desvalorizada. Por isso, posicionamos melhor nosso produto no mercado e investimos em tecnologia e produtividade. No mercado europeu, há sandálias à venda por €1, enquanto as nossas custam € 25. Por isso, investimos para transformar a Havaianas em uma marca desejada.
Colaborou: Fernando Teixeira