O nome Iconix não é muito conhecido. Mas a empresa, que movimenta ao ano US$ 13 bilhões em vendas de produtos com suas marcas, é a maior concorrente da Disney no setor de licenciamentos. Sua propriedade mais valiosa é o direito de explorar os personagens da turma do Snoopy. Por aqui, ela aportou com escritório próprio só em 2014, mas agora quer dar mais fôlego à sua operação.

“Tínhamos nove marcas sendo vendidas no País, mas precisávamos ficar mais próximos do mercado para crescer de forma sustentada”, diz o presidente do grupo no Brasil, Cesar Rodriguez. Nessa estratégia, o foco estará no mundo da moda. As marcas Joe Boxer, de moda íntima masculina, Lee Cooper, de jeans, Ecko unltd., de moda jovem, e Starter, de bonés, receberão investimentos que podem atingir R$ 10 milhões. Também deve chegar ao mercado brasileiro a Material Girl, a marca de roupas da cantora Madonna.

Já para o primeiro semestre, está planejada a volta da Ocean Pacific, criadora da moda surf em 1962, que foi forte no País na virada da década de 1980 para 1990. Ao mesmo tempo, a Iconix dará continuidade à sua estratégia futebolística, por meio da marca Umbro, comprada da Nike em 2012, por US$ 225 milhões. De origem inglesa, a Umbro é fornecedora de importantes times do futebol nacional, como Grêmio, Cruzeiro, Vasco da Gama e o novo xodó brasileiro, a Chapecoense. São contratos que costumam superar os R$ 10 milhões por ano, em relação aos times grandes.

O mercado de licenciamento no País é estimado em R$ 17 bilhões por ano. Com um nível de conhecimento do consumidor muito inferior ao de uma Disney, a Iconix ainda tem muito para correr atrás. “O grande risco dos produtos licenciados é que existe uma venda muito boa no início, e a expectativa alta não se concretiza nos meses seguintes, quando as marcas param de conversar com os consumidores”, diz Roberto Nascimento, professor do núcleo de estudos do varejo da ESPM e autor do livro “Gestão Estratégica de Marcas Próprias”. É o erro que a Iconix quer evitar.