24/05/2016 - 0:00
Na primeira rodada do Campeonato Brasileiro de 2016, que começou em 7 de maio, o Cartola FC, da GloboEsporte.com, bateu um recorde.
O jogo teve 2,7 milhões de times escalados, crescimento de 93% em comparação com a primeira rodada do Brasileirão do ano passado. Mais: pela primeira vez, o Cartola FC criou uma Liga Pro, cobrando R$ 5,70 ao mês dos jogadores que querem ter alguns privilégios.
O Cartola FC, no entanto, não está sozinho na briga do mercado “fantasy games”, a forma como são conhecidos esses jogos virtuais, que usam estatísticas e informações dos jogadores.
Desde o ano passado, a britânica Sporaga tenta ganhar um lugar ao sol na batalha dos “fantasy games”. Lançado em dezembro, em um evento no Maracanã, o Sporaga conta as 13 ligas mais relevantes do mundo, como o próprio Brasileirão, mas também a espanhola, a alemã, a Copa do Brasil, a Libertadores e a Champions League, este último o principal torneio de clubes da Europa.
“Ele é um jogo de habilidade voltado para estatísticas dos jogadores”, diz Marcello Soares, gerente-geral para o Brasil e América Latina do Sporaga. “O produto é 100% baseado em estatísticas.”
Ao contrário do Cartola FC, que pode ser jogado gratuitamente, o Sporaga é exclusivamente pago. As apostas, no entanto, começam com poucos centavos de dólar, pois é um jogo com pretensões globais. “Não vamos fazer ninguém milionário”, diz Soares.
Hoje, o Sporaga conta com 56 mil pessoas cadastradas, mas 52 mil delas estão jogando em quase todas as rodadas no Brasil, Chile e Argentina. Em agosto, será a vez dos chineses conhecerem o fantasy game. “Queremos crescer organicamente”, afirma Soares. “Não pensamos em fazer investimentos em camisas de clubes.”
O Sporaga foi fundado, em 2010, pelo empresário Carlos Rodriguez, um nicaraguense radicado nos Estados Unidos desde muito jovem, onde fez sua carreira em bancos de investimento, como o UBS e o Merrill Lynch.
Há seis anos, ele observou o crescimento do mercado de fantasy games e resolveu apostar nessa área. Demorou cinco anos no desenvolvimento do produto e começou sua aventura pelo Brasil, por considerar que esse é o maior mercado de futebol do mundo.
A interface do Sporaga é bem simples e não usa fotos dos jogadores, como no Cartola FC. A razão, explica Soares, é o fato de a empresa não ter o direito de imagem dos jogadores e dos campeonatos. Ela conta apenas com o direito de uso das estatísticas.
O mercado de fantasy game pode chegar a US$ 1,5 bilhão em 2020 no Brasil, segundo estudo da Technavio, consultoria britânica de tecnologia.
Os jogos baseados em futebol devem representar US$ 987 milhões com suas receitas crescendo, em média, 22% por ano.