Quase um terço dos pacientes infectados com mpox no Burundi, país da África Oriental, têm menos de cinco anos, informou, nesta sexta-feira (20), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

“As crianças de Burundi são as primeiras afetadas pela epidemia, com taxas de infecção alarmantes e graves efeitos para a saúde”, afirmou Paul Ngwakum, conselheiro regional de Saúde da Unicef para a África Oriental e Meridional.

Segundo Ngwakum, a enfermidade afeta particularmente os menores de 19 anos do país, que representam dois terços dos casos registrados.

O aumento de casos é “especialmente preocupante” entre os menores de cinco anos, que representam “30% dos casos notificados”, acrescentou.

Muitas destas crianças já tinham um sistema imunológico debilitado e padeciam de outras doenças (aids, malária, etc.), o que agravava a situação, declarou a imprensa em videoconferência em Bujumbura.

“O tratamento (contra a mpox) é crucial para evitar que morram”, acrescentou.

Depois da República Democrática do Congo (RDC), Burundi é o segundo país mais afetado pela epidemia de mpox na Árica, que “não está sob controle”, disse a agência de saúde da União Africana na quinta-feira.

A mpox é uma doença viral que se propaga de animais para humanos, mas também, se transmite entre pessoas, provocando febre, dores musculares e lesões cutâneas.

O ressurgimento da doença se deve à aparição de uma nova variante (clado 1b) na RDC que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a ativar seu nível mais alto de alerta global em meados de agosto.

Segundo esta organização, entre janeiro e o início de setembro, se notificaram 25.093 casos suspeitos de varíola e 723 mortes em todo o continente.