O imóvel do futuro não será a casa de campo, os microapartamentos próximos a estações de metrô e nem os dúplex com varanda gourmet com vista para o parque. Na visão de Alexandre Lafer Frankel, CEO da Vitacon, a moradia terá de ser muito mais do que isso tudo. “A tendência da vez é a flexibilidade, com possibilidade de morar por assinatura, em aluguel sem burocracia. É só chegar e usar. Não gostou, muda para outra”, afirmou Frankel, que não acredita na perenidade da cultura do trabalho remoto pós-pandemia. “Home office é para o pessoal da Faria Lima e da Berrini [duas importantes regiões de escritórios em São Paulo], e não funciona para a grande maioria da população”, disse. Ele também controla uma empresa especializada em locação, a Housi. Mas o carro-chefe é a Vitacon. A construtora ganhou notoriedade por oferecer apartamentos de 10m² por R$ 99 mil no centro da capital paulista – atualmente, os lançamentos vão de 20m² a 35m². Os consumidores, no entanto, são outros. O que antes era voltado a jovens solteiros e urbanos, hoje é objeto cobiçado por investidores. “Lançamos no começo de abril, em plena crise do mercado, um empreendimento com 700 unidades na região da Avenida Paulista. Em cenário de recuperação espetacular, já vendemos 65%.” Neste ano, a Vitacon planeja lançar 12 novos prédios, no valor de R$ 1,8 bilhão.

(Nota publicada na edição 1183 da Revista Dinheiro)