Como o herói de algum filme de ação, um homem pratica tai chi chuan à beira do Oceano Índico na imagem final do trailer de A Leak in Paradise (Um vazamento no paraíso). 

 

Ainda em produção, o documentário contará as peripécias de Rudolf Elmer, um ex-bancário que comandou as operações em um paraíso fiscal caribenho do banco suíço Julius Baer e se tornou um dos raros informantes confessos do WikiLeaks.

 

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Assange (à esq.) e Elmer, em Londres, com CDs com dados secretos

 

Mas a Justiça do seu país natal demonstrou, na quarta-feira 19, que não concorda com a imagem heroica de Elmer e acrescentou um novo capítulo à história. O ex-bancário foi condenado a pagar US$ 7,5 mil e a dois anos de cadeia (com sursis)  por violar as regras de sigilo bancário da Suíça. 

 

Um dia antes do julgamento, Elmer entregou, diante da imprensa londrina, dois CDs contendo transações de dois mil donos de contas suspeitas de sonegação fiscal a Julian Assange, o fundador do WikiLeaks. 

 

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Homem-bomba: Rudolf Elmer em entrevista à DINHEIRO, em maio de 2009

 

Há três anos, Elmer passou alguns documentos ao WikiLeaks,  antes de o site ganhar fama internacional. Entre esses papéis, constavam informações sobre a movimentação de recursos de empresas ligadas à governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e do ex-senador cearense Tasso Jereissati no Julius Baer. 

 

Em entrevista exclusiva à DINHEIRO, publicada em maio de 2009, Elmer denunciou a existência de contas secretas de empresários, políticos e advogados brasileiros na filial do banco em Cayman.