06/01/2010 - 8:00
Nas próximas semanas, a rede mexicana de cinema Cinépolis vai anunciar oficialmente sua chegada ao Brasil. Líder na América Latina e quinta no mundo em números de salas de exibição, a Cinépolis estreia no País em maio de 2010. Nesse mês, serão inauguradas no Shopping Fiesta, na zona sul de São Paulo, nove salas equipadas com som digital, uma delas com tecnologia 3D e lugares para 1.366 pessoas. Segundo apurou a reportagem da DINHEIRO, o investimento total no projeto será de R$ 10 milhões. Também em 2010, o grupo pretende abrir outros cinco complexos cinematográficos no País, todos na periferia de São Paulo. A ideia da empresa é, nos próximos anos, encarar a americana Cinemark, que lidera com folga o mercado brasileiro.
A Cinépolis vai investir primeiro em shoppings populares, frequentados principalmente por integrantes das classes C e D ? as que apresentam os melhores índices de crescimento de renda. A empresa pretende trazer para o Brasil o mesmo modelo que faz sucesso no México. Em vez de vender apenas pipoca e doces, os espaços oferecem aos clientes pizza e até comida japonesa. Logo na entrada, pufes, mesas e cadeiras formam um lounge confortável para a espera do início da sessão. Os corredores de acesso às salas, mais largos que os encontrados nas redes convencionais, contam com cores decorativas vibrantes, em que azul e amarelo predominam.
Em entrevista recente a uma revista mexicana, Alejandro Ramírez, dono da rede Cinépolis, afirmou que poucos mercados no mundo apresentam um potencial tão grande quanto o brasileiro. Os números embasam o otimismo de Ramírez. Em 2009, foram vendidos 111 milhões de bilhetes de cinema no Brasil, um aumento de 25% sobre o ano anterior.
Apesar do avanço, é pouco. ?A frequência no Brasil hoje ainda é menor que a do México de 15 anos atrás?, diz Patricia Balvanera, gerente de vendas da 20th Century Fox Latin America.
No México, a rede Cinépolis possui 1,7 mil salas de cinema e detém 40% da participação do mercado, à frente do Cinemark. ?É verdade que o potencial de mercado brasileiro é imenso para a rede mexicana, mas por aqui eles terão de enfrentar a concorrência da Cinemark, que já tem forte público no País?, afirma Paulo Sergio Almeida, cineasta e diretor do site Filme B, especializado nesse mercado. ?Para os brasileiros, a disputa poderá se refletir no preço do ingresso, o que motivará o aumento das idas aos cinemas.? A briga com a Cinemark, que possui 412 salas no Brasil, começou em meados de 2009, com a concorrência pela compra de um dos dois complexos de salas de exibição mais movimentados do país, o Hoyts General Cinema, no Internacional Shopping Guarulhos. O complexo de 15 salas e capacidade para mais de quatro mil pessoas foi adquirido pela Cinemark por R$ 20 milhões, depois de uma dura disputa com a Cinépolis. Agora, os mexicanos prometem dar o troco.