29/10/2019 - 12:00
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) deve aprovar nesta terça-feira, 29, a abertura de 195 vagas em seus cursos de graduação para participantes e medalhistas de competições de conhecimento, como as olimpíadas de Matemática, Física, Língua Portuguesa e Robótica. Com a aprovação da medida, a instituição se junta à Universidade de São Paulo (USP) e à Estadual de Campinas (Unicamp), que adotaram recentemente um programa similar. O objetivo das instituições é valorizar habilidades dos estudantes que não são avaliadas em provas tradicionais, como os vestibulares.
Das três estaduais paulistas, a Unesp é a que pretende ofertar mais vagas para essa nova modalidade de seleção – 2,5% das 7.725 disputadas neste ano. USP e Unicamp colocaram neste ano 113 e 100 vagas, respectivamente, para os vencedores de competições. A Unesp também deve aceitar o resultado de um número maior de provas, 24.
A nova forma de seleção deverá ser usada já neste ano para 30 cursos em todas as áreas: Exatas, Humanidades e Biológicas. “Essas competições avaliam muito mais do que conhecimentos curriculares do ensino médio. Elas testam habilidades importantes que exigimos de um estudante no ensino superior, na área acadêmica e no mundo do trabalho. Por isso, são uma boa forma de seleção para vários cursos, não só aqueles com a mesma nomenclatura da olimpíada”, explicou Gladis Massini-Cagliari, pró-reitora de graduação da Unesp.
Além das licenciaturas, como Matemática, Física e Química, as Engenharias Mecânica, Elétrica, Aeronáutica e a Administração decidiram aderir ao modelo. “Mais cursos queriam aderir, mas não puderam por não ter infraestrutura no momento para ampliar as vagas. Em geral, cursos que demandam laboratórios ou mais equipamentos, como os da área da saúde. Ou seja, devemos ter uma ampliação nos próximos anos”.
A abertura das vagas adicionais depende de aprovação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária (Cepe) da instituição. Na mesma sessão, hoje, o órgão vota também se a Unesp poderá preencher vagas remanescentes (que não foram preenchidas pelo vestibular próprio) usando a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A instituição é a única entre as estaduais paulistas que não usa o resultado do Enem para selecionar alunos.
Outras formas
No ano passado, o Cepe aprovou que a Unesp deveria estudar novas formas de seleção, seguindo tendência internacional de valorizar outras habilidades e experiências dos estudantes. A proposta de usar as olimpíadas foi considerada uma alternativa após a Unicamp – que adota a modalidade desde o ano passado – apresentar bom resultado. “Cerca de 80% dos que entraram por esse modelo vieram de escola pública. Ou seja, é uma excelente forma de selecionar alunos vocacionados que, muitas vezes, não fazem nosso vestibular.”
As olimpíadas são organizadas por entidades que reúnem especialistas em cada área, como as sociedades de Física e Matemática. Há também competições elaboradas por universidades e órgãos públicos, como o Instituto Butantã.
“O aluno pode não ter ido tão bem no vestibular. Mas teve ótimo desempenho em olimpíada, mostrou que tem interesse e vocação. Ele tem o que precisa para entrar na graduação.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.