18/08/2025 - 16:05
A União Federal recebeu R$ 4,52 bilhões em dividendos no segundo trimestre de 2025, o menor valor em três anos. Desde o 1º trimestre de 2022, quando entraram apenas R$ 1,77 bilhão nos cofres públicos, não se registrava um repasse tão baixo. O resultado marca ainda a segunda queda consecutiva nessa fonte de receita. O levantamento é da consultoria Elos Ayta.
Redução de dividendos da Petrobras é o maior fator
A queda é explicada principalmente pela redução na distribuição de dividendos da Petrobras. A estatal, que historicamente responde pela maior fatia dos repasses à União, distribuiu R$ 9,6 bilhões no período, dos quais apenas R$ 2,8 bilhões chegaram ao governo federal. Para comparação, no auge do ciclo de pagamentos, no 3º trimestre de 2022, a participação da União somou R$ 31,85 bilhões, quase sete vezes o volume atual.
No atual governo, o melhor desempenho foi registrado no 2º trimestre de 2024, quando os dividendos federais somaram R$ 13,0 bilhões. Desde então, apenas em três trimestres os valores superaram a barreira dos R$ 10 bilhões, evidenciando a importância pontual, mas cada vez menos recorrente, dessa fonte de caixa.
Banco do Brasil e Eletrobras têm papel menor
Entre as empresas com participação direta da União, o Banco do Brasil distribuiu R$ 1,2 bilhão em dividendos à União no trimestre, enquanto a Eletrobras respondeu por R$ 522 milhões. Apesar de relevantes, esses números ficam muito aquém do peso da Petrobras, reforçando a concentração da dependência em uma única estatal.
Desde 2020, o recorde de recebimento de dividendos ocorreu no 3º trimestre de 2022, com R$ 33,94 bilhões. O contraste entre aquele momento e o atual mostra como as políticas de distribuição de resultados, sobretudo da Petrobras, impactam diretamente as contas públicas.
Eletrobras tem mostrado crescimento relativo pós privatização
Os valores considerados refletem os dividendos efetivamente desembolsados pelas empresas aos seus acionistas. Em outras palavras, são saídas de caixa já realizadas, que podem corresponder a lucros do trimestre em curso ou de períodos anteriores.
Mesmo com a redução da fatia da União na Eletrobras após a privatização (hoje em torno de 28,9%), os dividendos recebidos da companhia têm mostrado crescimento relativo em relação aos anos anteriores, sugerindo uma contribuição um pouco mais estável, ainda que pequena diante da Petrobras.