09/11/2001 - 8:00
Uma sigilosa negociação em Lisboa pode sacudir a disputa pelo varejo no Brasil. De lados opostos da mesa estão o Grupo Sonae, presidido por Belmiro de Azevedo, e o Jerónimo Martins, que dominam grandes redes de supermercados no País. O primeiro comanda o Sé e o segundo é dono das marcas Big, Mercadorama e Extra. Na terça-feira 13, o conselho de administração do Jerónimo Martins autorizou a venda do Sé e de outras redes na Europa.
Com a compra, o Sonae agregaria 64 lojas e somaria US$ 934 milhões à sua receita anual, atingindo US$ 3,9 bilhões. Também ganharia fôlego para recuperar a terceira posição do ranking nacional, perdida para a holandesa Royal Ahold (dona do Bompreço). Para o Jerónimo Martins, significaria a redução da dívida de US$ 1,4 bilhão, meta estabelecida pelos acionistas majoritários até o segundo semestre de 2002. Por enquanto, as duas partes preferem não comentar o acordo, estimado em US$ 270 milhões. Mas segundo analistas, a transação seria ideal para os dois lados.