27/05/2022 - 20:29
Por Daniel Wiessner
(Reuters) – Unidades da processadora de carne JBS USA concordaram em implementar planos de preparação para doenças infecciosas em sete fábricas dos EUA, após um relatório do Congresso americano descobrir que a indústria falhou em impedir a propagação da Covid-19 entre os trabalhadores.
O acordo foi anunciado nesta sexta-feira pela Administração de Segurança e Saúde Ocupacional dos EUA (OSHA, na sigla em inglês), que disse que as empresas trabalharão com equipes de especialistas externos para desenvolver e implementar novas políticas de engenharia, ventilação, triagem de visitantes, limpeza e equipamentos de proteção individual.
A OSHA disse que o acordo envolve plantas em seis Estados onde a JBS opera, por meio de unidades da Swift Beef, Swift Pork, JBS Souderton e JBS Green Bay.
A JBS USA, subsidiária da brasileira JBS, disse que os planos que está desenvolvendo se basearão em um “manual da Covid-19” que a empresa já adotou, que estabelece as melhores práticas e fornece orientação para operadores das plantas.
Em 2020, sete trabalhadores em duas instalações da JBS no Colorado e Wisconsin morreram de Covid-19 e quase 650 funcionários testaram positivo para o vírus.
A OSHA disse nesta sexta-feira que descobriu que as instalações não tomaram medidas para proteger os trabalhadores e cobrou 14.502 dólares em multas.
Uma análise da Reuters de dados públicos divulgados em janeiro descobriu que quase 90% das plantas de processamento dos EUA pertencentes à JBS e quatro outras grandes empresas de carne tiveram casos de Covid-19 em 2020 e início de 2021, e que 269 trabalhadores morreram durante esse período.
John Rainwater, funcionário da OSHA em Dallas, Texas, disse que a agência garantirá que o acordo com a JBS seja cumprido para evitar que surtos em massa voltem a acontecer.
O anúncio ocorre duas semanas depois que um painel da Câmara dos Deputados dos EUA divulgou um relatório dizendo que a JBS e outros grandes processadores de carne não adotaram medidas para conter a propagação do coronavírus.
(Reportagem de Daniel Wiessner em Albany, New York)