Líder na fabricação de cloro e soda e a segunda maior produtora de PVC da América do Sul, a Unipar é uma das principais fornecedoras para os setores de saneamento e construção civil do País. Nos últimos anos, porém, o CEO Mauricio Russomanno está indo além, trabalhando para posicionar a companhia como exemplo na agenda ESG para a indústria. Já em curso está seu plano de investir R$ 1,4 bilhão em cerca de 30 projetos socioambientais até 2030.

Entre eles, alguns com alto nível de complexidade, como a construção de três fazendas para produção de energia renovável — solar e eólica — com capacidade de atender a 80% do consumo da operação brasileira.

E outros, mais simples, como a inauguração de um viveiro de plantas para reflorestamento na cidade argentina de Bahía Blanca, a 650 km da capital Buenos Aires.

Em comum, essas ações atendem três requisitos estipulados pelo executivo para que sejam aprovadas: ter impacto, estar alinhadas à estratégia de negócio e trazer retorno econômico.

“Qualquer atuação na agenda ESG tem que ajudar a companhia a ser melhor no futuro do que é hoje, ou não faz sentido”, afirmou Russomanno à DINHEIRO. Segundo ele, porém, isso não impede a realização de ações filantrópicas ou de longo prazo.

“O imprescindível é que a conta feche no final.”
CEO Mauricio Russomanno

Pelos números e movimentações recentes, a direção de Russomanno aponta para o sucesso. No ano passado, a empresa registrou a maior receita consolidada desde a sua fundação em 1969, com R$ 7,3 bilhões, alta de 15,6% em relação a 2021. E no último dia 10, fez proposta não vinculante de R$ 10 bilhões pelo controle da Braskem.

MODA
Tecido de PET

(Divulgação)

Indústria têxtil com faturamento de R$ 409 milhões e presença em 17 países, a Texneo transformou 800 mil garrafas PET em tecido. Segundo o CEO Ricardo Axt, 48 garrafas possibilitam a produção de 1 kg de tecido reciclado. “Nós desenvolvemos o selo TexneoGreen para incentivar uma operação industrial mais sustentável”, disse. Em seu portfólio, a empresa oferece ainda bioamida produzida com fio de fonte renovável; poliamida reciclada feita a partir do tratamento de resíduos industriais; e a estamparia digital, tecnologia limpa com menor consumo de água e redução de químicos. Dados oficiais apontam que a Texneo economiza 30% de energia e 96% em consumo de água em seu processo produtivo, considerando a média do mercado para fabricar malhas coloridas.

DIVERSIDADE
Brasil lidera autodeclaração LGBT+

O Instituto Ipsos acaba de divulgar sua pesquisa global LGBT+ Pride 2023. Entre os principais achados, o fato de que o Brasil é o país com maior percentual de pessoas que se autodeclaram membros da comunidade com 15%. A média global é de 9%. Para Marcio Aguiar, gerente de Pesquisas Qualitativas do instituto, a geração Z, com 18% de autodeclarantes LGBT+, puxa o percentual para cima. A pesquisa também apontou que somos liberais, pero no mucho:

“Travesti, preta, empossada Deputada Federal. Pela primeira vez na história, nossos corpos chegam ao Congresso Nacional.”
Erika Hilton, deputada federal (PSOL/SP) em celebração ao Mês do Orgulho LGBT

(Divulgação)

FINANÇAS
Crédito de carbono por onças protegidas

Gestor do projeto REDD+ — mecanismo de redução de emissões provenientes de desmatamento e degradação florestal e conservação, e que inclui ainda manejo e aumento dos estoques de carbono florestal — Serra do Amolar, no Pantanal, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) acaba de obter a primeira certificação de crédito de carbono para o Pantanal. O total de papéis certificados pela Verra, empresa internacional referência na agenda, é de 231 mil toneladas de CO2. A certificação é fruto do trabalho de conservação da biodiversidade local, incluindo onças-pintadas, realizado de 2016 a 2020 pelo Instituto, com apoio do programa internacional Conexão Jaguar. Segundo o IHP, porém, novos créditos ainda serão gerados já que a estimativa é que a redução de CO2 alcance 430 mil toneladas até 2030.

Avanços legais e morais

(Divulgação)

A análise de riscos em contratos públicos e privados ganhou nova dimensão. Assim como não se fala mais em matrizes sem considerar, por exemplo, a possibilidade de uma pandemia acontecer, não se pode desconsiderar a existência de riscos sociais. Quais são eles? Vários, mas chamo atenção para dois: ações ou omissões relativas à equidade racial e de gênero. As leis postas já indicam o que pode e não pode ser feito. Mas é indispensável considerar também a responsabilidade social empresarial e governamental na promoção da paridade racial e de gênero, com incentivos e punições para garanti-las na construção e gestão de contratos. Empresas já atentam para seus riscos reputacionais. No poder público, o BNDES já percebeu para onde assopram os ventos, promovendo dia histórico pelo empoderamento negro para a transformação da economia. O impacto deverá ser em cadeia, inclusive nos contratos públicos. Tomara. É bom para a sociedade e para os negócios.