09/06/2022 - 0:10
O uso excessivo de celulares, o comportamento sedentário, a ansiedade e depressão e as perturbações no sono foram algumas das consequências da pandemia de covid-19 apontadas pelos calouros universitários que participaram de um estudo da Universidade de Lisboa, em Portugal.
O trabalho, que envolveu alunos do primeiro ano de 17 faculdades da Universidade de Lisboa, pretendia conhecer o perfil de saúde e estilos de vida dos estudantes que entraram no ensino superior. Foram recolhidos dados entre março e maio de 2021, apanhando os chamados “calouros da pandemia”.
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A psicóloga clínica Margarida Gaspar de Matos, uma das pesquisadoras envolvidas, diz que a equipe tinha pensado fazer o estudo antes – mas entretanto foi apanhada pela pandemia – e destaca o fato de estes alunos terem passado por uma entrada na faculdade “bem diferente do que imaginavam”.
“Estes foram os que entraram para faculdade com uma expectativa, numa situação que exige muito esforço, e de repente acontece uma coisa diferente, pois pegaram a universidade fechada”, afirmou, lembrando que isso teve um impacto diferente nestes calouros.
Questionados sobre os problemas que a pandemia trouxe, grande parte apontou o uso excessivo de celulares (89,9%), o comportamento sedentário (87,6%), a ansiedade (84,5%), as preocupações (76%), a depressão (74,8%), as perturbações na qualidade do sono (69,4%), os conflitos familiares (61,8%), a má nutrição (58,4%) e perturbações na quantidade do sono (57,4%). Cerca de 39% ainda referem o aumento de jogos ‘online’.
Sobre os potenciais aliados para enfrentar os problemas relacionados com a pandemia, a maioria aponta as ligações familiares (75,2%), menos fadiga (50,2%) e o terem mais tempo (39,8%).
O estudo pretendeu caracterizar esta população universitária em seis dimensões: saúde e bem-estar, substâncias psicotrópicas e potencialmente indutoras de dependência, atividade física, hábitos alimentares, questões físicas e emocionais, literacia e conhecimento.