14/08/2015 - 17:55
Onze ex-militares chilenos e uruguaios dos 14 condenados na terça-feira pelo crime do químico Eugenio Berríos, ex-agente da ditadura de Augusto Pinochet, foram presos nesta sexa-feira para cumprir suas condenações de entre 5 a 20 anos.
Os ex-militares – entre eles os uruguaios Tomás Casella, Eduardo Radaelli e Wellington Sarli – começaram a chegar de madrugada à prisão de Punta Peuco, nos arredores de Santiago, um penitenciária especial para oficiais violadores dos direitos humanos, confirmou a polícia penitenciária.
Dois ex-militares – Arturo Silva e Jaime Torres – não se apresentaram à intimação judicial e são buscados intensamente pela polícia civil, confirmou à AFP uma fonte policial.
Um dos condenados – o ex-general do Exército chileno Hernán Ramírez – se suicidou na quinta-feira antes de começar a cumprir sua pena de 20 anos.
Em uma decisão dividida, a Suprema Corte de Justiça confirmou na terça-feira as sentenças definitivas para os ex-militares, acusados do sequestro e do assassinato do químico e agente da temida polícia secreta de Pinochet, a Direção de Inteligência Nacional (DINA), à qual é atribuída a maioria das mais de 3.200 mortes e desaparecimentos deixados pelo regime (1973-1990).
Berríos é acusado de ser o responsável pela fabricação dos chamados gases sarin, soman e tabun no Chile, para serem usados em conflitos com países vizinhos e contra opositores do regime.
Após a queda de Pinochet e quando as investigações judiciais foram inciadas para esclarecer vários crimes da ditadura chilena, Berríos fugiu para o Uruguai em outubro de 1991. Quatro anos depois, seu corpo apareceu baleado na praia do balneário de El Pinar, no sul deste país, nos arredores de Montevidéu.
Confabulados com a ditadura chilena para apagar os rastros de seus crimes, militares uruguaios ajudaram a assassinar Berríos, no que pode ter sido a última missão da “Operação Condor”, um plano acordado na década de 70 e que uniu as ditaduras militares do Cone Sul para coordenar o extermínio de opositores.
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