O Brasil anunciou um investimento de US$1 bilhão no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), um mecanismo multilateral de financiamento proposto pelo governo brasileiro para apoiar a conservação de florestas ameaçadas em todo o mundo. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento na sede da ONU em Nova York.

“O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o primeiro país a se comprometer com investimento no fundo, com US$1 bilhão”, disse Lula. “Convido todos os parceiros presentes a apresentarem contribuições igualmente ambiciosas para que o TFFF possa entrar em operação na COP30”, acrescentou.

O Brasil organizou o evento desta terça especificamente para apresentar o TFFF a líderes internacionais. De acordo com uma lista vista pela Reuters, 23 países e oito instituições internacionais irão se manifestar durante o evento.

Mais recursos para as florestas

A expectativa do país é de que novos anúncios de investimentos aconteçam nos próximos meses, até a COP30, que acontece em novembro, em Belém. A versão final da proposta e o valor total de investimento devem ser apresentados durante a cúpula de chefes de Estado da COP.

+ O ceticismo do mercado com hidrogênio verde brasileiro

A iniciativa brasileira de ser o primeiro país a anunciar um aporte e com um valor considerável, tem por objetivo obter mais contribuições tanto de economias ricas quanto de economias em desenvolvimento, que têm divergências sobre o financiamento da política climática global.

A intenção do governo brasileiro, segundo fontes, é mostrar que o Brasil tem confiança nos resultados da ideia que está apresentando e vai “praticar o que está pregando”. O país, além de investidor, está entre os 72 que podem receber recursos do fundo.

Outros emergentes, como os Emirados Árabes Unidos, também já demonstraram interesse. Alemanha, Noruega e Reino Unido, que participam da formulação do TFFF, também já falam em fazer aportes.

Os formuladores de políticas planejam o TFFF como um fundo de US$ 125 bilhões que combina contribuições de fundos soberanos e do setor privado, administrado como um fundo de dotação que paga aos países estipêndios anuais com base na quantidade de suas florestas tropicais que permanecem em pé.

Mas, para atingir essa meta, o Brasil precisa que governos e grandes instituições filantrópicas contribuam com os primeiros US$ 25 bilhões, o que poderia atrair outros US$ 100 bilhões de investidores privados, segundo estimativas preliminares.