O tesoureiro nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto, foi levado pela Polícia Federal, nesta quinta-feira 5, para prestar depoimento na sede de São Paulo, onde mora. Trata-se de uma nova etapa da Operação Lava Jato, que descobriu um esquema bilionário de corrupção na Petrobras. Tecnicamente, Vaccari foi alvo de um mandado de condução coercitiva. Isso significa que ele foi obrigado a acompanhar os policiais para prestar depoimentos.

Os agentes da PF estão cumprindo, hoje, 62 mandados simultaneamente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. Do total, um mandado é de prisão preventiva; três de prisão temporária; 18 de condução coercitiva (em que se enquadra o caso de Vaccari); e 40 de busca e apreensão.

Vaccari é suspeito de ser um dos operadores do PT no esquema de corrupção que envolve a Petrobras. Lançada em março de 2014, a Operação Lava Jato descobriu uma grande articulação de ex-diretores, funcionários, empreiteiros, doleiros e políticos, que superfaturava projetos da estatal, fraudava licitações e desviava dinheiro, seja para enriquecimento ilícito, seja para bancar campanhas políticas.

O ex-diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa, assinou um acordo de delação premiada com a Justiça. Em depoimento, afirmou que diretorias da Petrobras foram loteadas por partidos políticos, que cobravam uma propina de 3% para o desenvolvimento dos projetos sob sua responsabilidade. Do percentual, o PT, partido de Vaccari e da presidente Dilma Rousseff, fica com 2%. O restante seria distribuído entre o PMDB, do vice-presidente Michel Temmer, e o PP, um dos partidos da base de apoio do governo.

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