17/01/2021 - 12:25
Diante de um vírus que não desiste, as campanhas de vacinação contra a covid-19 foram se acelerando no mundo, como na Índia, com cerca de 200 mil doses injetadas em um dia. Neste domingo (17) na Europa, as autoridades se mostraram confiantes nos prazos de entrega do medicamento.
A Índia, segundo país mais populoso do planeta com 1,3 bilhão de habitantes, vacinou mais de 190 mil pessoas no sábado. Na Europa, a Espanha começou no domingo a administrar a segunda dose e a França vai expandir sua campanha para mais destinatários na segunda-feira.
Paralelamente, as autoridades minimizaram o impacto do atraso nas entregas da vacina da Pfizer na Europa, onde vários países aumentaram as restrições para conter a explosão de infecções.
Em todo o mundo, o coronavírus causou mais de dois milhões de mortes e mais de 94,4 milhões de infecções, de acordo com uma contagem da AFP neste domingo com base em fontes oficiais.
– Um “salva-vidas” –
O governo indiano ficou satisfeito com o início de sua campanha massiva de vacinação.
“Temos ecos encorajadores e satisfatórios do primeiro dia”, disse o ministro da Saúde indiano, Harsh Vardhan, no sábado. “A vacina vai ser um Sanjeevani (salva-vidas)”, acrescentou.
A Índia, segundo país com mais casos do mundo, com mais de 10,5 milhões, quer vacinar 300 milhões de pessoas até o final de julho, quase o equivalente à população dos Estados Unidos.
Na Europa, região do mundo mais castigada pelo vírus, que já conta com mais de 657 mil mortes e ultrapassa 30,4 milhões de infecções, vários países pisaram no acelerador em suas campanhas de vacinação.
A França se preparou na segunda-feira para expandir seu dispositivo, para vacinar pessoas com mais de 75 anos que não vivem em lares de idosos (5 milhões) e quase 800.000 pessoas com patologias de “alto risco”.
O país, que já registrou mais de 70.000 mortes por covid-19, reforçou suas restrições neste fim de semana com um toque de recolher nacional às 18h00.
A Espanha começou neste domingo a administrar a segunda dose da vacina contra a covid às pessoas que já haviam recebido a primeira no final de dezembro, destinada a residentes de asilos e seus cuidadores.
Outras seis regiões também começaram neste domingo a vacinar a segunda dose, segundo a televisão pública TVE, enquanto as restantes o farão na segunda-feira.
Apesar da Espanha ter registrado um recorde de 40.197 infecções em 24 horas na sexta-feira, em meio à escalada das infecções na terceira onda, o governo descartou um novo confinamento geral no sábado.
Outros países, por outro lado, decidiram fortalecer ou estender as restrições. A Áustria anunciou no domingo estender seu confinamento até 8 de fevereiro, por medo da variante da covid-19 detectada no Reino Unido.
E o governo britânico disse estar considerando a opção de pedir a todos os visitantes que chegam ao Reino Unido se isolem em hotéis, reforçando as novas medidas anticoronavírus que entrarão em vigor nas próximas horas.
– “Mais seguro, mais barato, mais rápido” –
A Europa, onde os casos dispararam e enfrentando uma mutação do vírus que os cientistas dizem ser 74% mais contagiosa, está depositando suas esperanças na vacina da aliança Pfizer-BioNTech.
Os dois laboratórios garantiram no sábado um “plano” que vai limitar o atraso na entrega da vacina a uma semana, quando a Europa temia um prazo mais longo, de “três a quatro semanas”.
A Pfizer avisou na sexta-feira que devido às obras em uma fábrica de produção em Puurs, na Bélgica, deve atrasar as entregas, notícia que provocou uma reação fulminante de vários países europeus.
Mas no domingo, o secretário de Estado francês para Assuntos Europeus, Clément Beaune, garantiu que o atraso da Pfizer “não terá impacto na próxima semana na taxa de vacinação”.
O funcionário pediu confiança no quadro europeu de encomendas. “Isso permite que você peça mais, com mais segurança, mais barato e mais rápido”, disse ele.
– “Ações decisivas” –
Os Estados Unidos são de longe o país mais afetado pela pandemia. Está se aproximando rapidamente de 400.000 mortes e registrando mais de um milhão de novos casos por semana, à medida que o coronavírus se espalha de forma incontrolável.
Para tentar aliviar esses números trágicos, o presidente eleito Joe Biden vai assinar uma série de decretos a partir da próxima quarta-feira – o dia de sua posse – para tomar “ações decisivas” sobre a pandemia e outras questões cruciais, como a crise econômica ou as mudanças climáticas Ron Klain, o futuro chefe de gabinete do presidente democrata, disse no sábado.
Em número de fatalidades, o Brasil está atrás dos Estados Unidos, com quase 210 mil mortes. O gigante sul-americano também enfrenta agora uma nova variante, identificada na região amazônica que, segundo especialistas, pode ser mais contagiosa.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou reunião neste domingo para decidir se autoriza o uso emergencial de duas vacinas contra o covid-19.
O Equador, uma das primeiras fontes da pandemia na América Latina, registrou perto de 4.000 novos casos nas últimas 24 horas, o maior aumento diário em onze meses de crise de saúde, e a Argentina anunciou ter detectado um primeiro caso da mutação britânica.
A Colômbia prolongou o fechamento de suas fronteiras terrestres e fluviais até 1º de março em uma tentativa de conter a pandemia.
A América Latina é a segunda região do mundo mais sofrida pelo vírus, com quase 550.000 mortes e mais de 17,2 milhões de infecções, de acordo com a contagem da AFP.