04/08/2025 - 14:56
Com base nos dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta segunda-feira, 4, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o mercado de trabalho formal brasileiro registrou a criação de 166.621 novas vagas em junho de 2025.
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O desempenho do mês, que ficou aquém da projeção de 171.404 vagas estimada por economistas em pesquisa da Reuters, é resultado de 2.139.182 contratações e 1.972.561 demissões.
Este saldo é inferior ao observado no mesmo período de 2024, quando 206.310 postos de trabalho foram gerados. A tendência de desaceleração também se reflete no acumulado do primeiro semestre, que encerrou com 1.222.591 novas vagas, número abaixo dos 1.311.751 criados nos seis primeiros meses do ano anterior.
Em relação ao salário real de admissão, a média em junho foi de R$ 2.278,37, aumento de R$ 24,48 (+1,09%)
em comparação com o valor de maio/2025 (R$ 2.253,89) e de R$ 28,76 (+1,28%) em relação ao mesmo mês do ano anterior. O cálculo desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês.
Política monetária e tarifaço
Segundo a economista chefe da InvestSmart XP, Mônica Araújo, não é possível ainda determinar se o resultado abaixo do esperado decorre da atual política monetária mais restritiva. “É preciso um conjunto de dados por um período maior para fazer essa correlação”, diz.
A especialista recorda que o desemprego encontra-se atualmente no seu nível historicamente mais baixo, “o que corrobora com uma certa acomodação desse dado”.
Araújo destaca que pode haver impactos das tarifas instituídas por Donald Trump nos próximos resultados do Caged. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o governo estuda possíveis efeitos da decisão dos EUA no mercado brasileiro de empregos, mas por ora não anunciará mudanças já que o cenário “a cada 24 horas pode mudar” por decisões imprevistas de Donald Trump.
Empregos por setor
Todos os cinco grandes grupos de atividades econômicas apresentaram crescimento no número de postos de trabalho.
O setor de serviços liderou a geração de empregos, com um saldo de 77.057 vagas. Na sequência, destacou-se o setor de comércio, que contribuiu com 32.938 novos postos. Em contrapartida, o setor da construção civil teve o desempenho mais modesto, com a abertura de 10.665 vagas.
Veja no gráfico abaixo:
