Os estilistas italianos são ícones da alta costura. Giorgio Armani, Gianni Versace e Valentino transformaram-se em sinônimo de elegância. De tempos em tempos, o espaço da turma do Velho Continente é invadida por tropas americanas. Na grife Ermenegildo Zegna, quem cuida da alfaiataria personalizada, o coração da empresa, é um nova-iorquino. Trata-se de Jarret Kerman, um ex-vendedor da loja, que hoje ocupa a diretoria internacional de um setor conhecido como su misura. Sua equipe tem a missão de tirar as medidas de clientes endinheirados e confeccionar o terno na Itália. ?Há pessoas que encomendam 50 trajes de uma vez só?, diz Kerman, que esteve no Brasil na semana passada para inaugurar o serviço no Rio.

Paga-se pela qualidade e pela exclusividade em ternos cujos modelos chegam a R$ 15 mil. A mecânica é simples. As medidas dos clientes são tiradas e enviadas por e-mail para a Itália. Em seis semanas, os alfaiates da Zegna confeccionam o traje e o despacham para o Brasil. Com a experiência de quem analisa o gosto dos homens em 40 países, Kerman discorre sobre a preferência nacional. ?O brasileiro segue as tendências da moda européia?, diz Ou seja, prefere paletó com três botões, colarinho mais largo e nó de gravata mais grosso. O americano acompanha outra tendência: usa paletó com dois botões, camisa com o colarinho estreito e nó da gravata mais fino. A rigor, todos são iguais em um quesito. ?Os clientes de su misura são muito mais vaidosos do que os outros?, diz Kerman.