Petrobras (PETR3/PETR4) e Vale (VALE3) divulgaram seus resultados do segundo trimestre na noite de quinta-feira (28). A petroleira lucrou R$ 54,3 bilhões, avanço de 26,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. A cifra ficou muito acima das expectativas do mercado, que esperava um lucro de R$ 35 bilhões. A melhora aconteceu por causa da alta dos preços do petróleo no mercado internacional.

“Esse lucro permitiu que a Petrobras anunciasse um pagamento de dividendo recorde, de R$ 88 bilhões, ou R$ 6,73 por ação”, disse o analista da Suno Research, João Daronco, nesta sexta-feira (29).

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Para o analista da XP Investimentos André Vidal, a Petrobras “teve um trimestre para ficar na memória”. A empresa apresentou um Ebitda ajustado, que mede o resultado operacional, de R$ 98,2 bilhões. Para ele, o número ficou 23% acima das expectativas por causa dos efeitos no giro de estoques.

O especialista afirmou que outro ponto a destacar foi a geração de caixa elevada, que continua possibilitando à empresa pagar bons dividendos. “Os dividendos têm proporcionado um bom retorno total sobre as ações aos investidores, apesar do ruído político, que mantém baixos os preços dos papéis da petroleira”, disse Vidal.

Já o analista da Suno afirmou que a ameaça política está menor, após uma redução de impostos sobre os preços dos combustíveis e uma baixa das cotações do petróleo no mercado internacional.

Ele também disse que a empresa está com uma situação financeira bastante confortável, com a relação entre Dívida Líquida/Ebitda de 0,6 vezes. “Por isso, não seria surpresa se tivéssemos outros pagamentos gordos de dividendos mais à frente”, afirmou Daronco.

Nessa linha, Vidal, da XP, manteve a recomendação de compra para o papel e calcula um preço-alvo de R$ 47,30, alta de 46,5% na comparação com o fechamento de quinta-feira (28).

 

VALE Os números da Vale foram menos brilhantes que os da Petrobras. O lucro da mineradora caiu 18% para US$ 6,2 bilhões. Ainda assim, o resultado ficou acima da expectativa do mercado, que esperava um lucro líquido de US$ 4,3 bilhões.

Segundo o especialista da Genial Investimentos, Gabriel Tinem, a receita caiu devido à redução das vendas. “A companhia também apresentou custos superiores aos estimados sobretudo com frete, o que diminui as margens”, disse Tinem. Porém, ele afirmou que o lucro acima do esperado e o lado de remuneração ao investidor permanecendo em pauta foram importantes para compensar grande parte do resultado negativo.

Tinem manteve a recomendação de compra para o papel, pois ele espera que a mineradora siga pagando bons dividendos Ele calcula um preço-alvo de R$ 90, alta de 27,3% na comparação com o fechamento de quinta-feira (27).

Vidal, da XP, foi na mesma linha e disse que o resultado foi ruim, mas que os investidores devem esperar dividendos elevados. “A geração de caixa foi melhor do que no primeiro trimestre, principalmente devido ao maior pagamento sazonal de imposto de renda no primeiro trimestre e ao impacto positivo do capital de giro neste trimestre”, afirmou.

Ele destacou que a empresa anunciou mais US$ 3 bilhões em dividendos, equivalente a 9% de rendimento sobre o valor da ação quando anualizado. Ele manteve a recomendação de compra, mas não estabeleceu um preço-alvo para a ação, pois a estratégia é ganhar com dividendos.