29/01/2025 - 11:43
O noticiário corporativo dá o tom aos negócios na Bolsa brasileira no início do pregão desta quarta-feira, 29, antes das decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos. A começar pela Vale, que divulgou seu relatório de produção e vendas na noite de ontem. A mineradora alcançou, em 2024, a maior produção de minério de ferro – 327,675 milhões de toneladas (Mt) – desde 2018, quando atingiu 384,6 milhões de toneladas, mas houve queda no quarto trimestre de 4,6% ante o mesmo período de 2023. Já as vendas de minério de ferro cederam 10% no período.
Pela manhã Vale sobe apenas 0,02%. Já Petrobras recua entre 0,78% (PN) e 1,07% (ON), em meio ao declínio de 0,70% do petróleo no exterior. O mercado ainda adota certa cautela devido a relatos de que a estatal elevará o preço do diesel nos próximos dias diante da defasagem com os valores praticados internacionalmente.
Quanto à estatal, o petróleo recua e influencia os papéis, em dia de reunião do Conselho de Administração da Petrobras no momento em que se cogita aumento no preço do diesel. Em meio à defasagem nos valores dos combustíveis, nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com a presidente da estatal, Magda Chambriard.
“O mercado olha essa questão com bastante atenção, pois especula um pouco quanto a possíveis interferências neste tema. É um assunto sensível. Se houver aumento, é bom por causa da defasagem mas desfavorável ao governo, cuja popularidade está em baixa, e também ruim para a inflação já elevada. Se não for reajustado o preço, a Petrobras vai segurar esse rojão”, avalia Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Ontem, o Índice Bovespa fechou em queda de 0,65%, aos 124.055,50 pontos, mas iniciou a semana com valorização de quase 2,00%, tendo se aproximado da marca dos 125 mil pontos na máxima intradia, enquanto a maioria das bolsas americanas caiu na esteira do setor de tecnologia.
Como observa o Itaú BBA, pela primeira vez em muitas semanas o Ibovespa mostrou força mediante a um cenário de aversão a risco internacional. “A forte alta no início da semana fez com que alguns índices superassem resistências”, avalia a equipe da instituição em relatório. Contudo, pondera que ainda não é uma tendência de alta anunciada. Segundo o Itaú BBA, o indicador ‘precisa fechar acima e se manter acima dos 125.400 pontos.
Hoje, haverá reunião do Conselho de Administração da Petrobras e o assunto sobre reajustes de combustíveis pode ser debatido. “O tema chega em um momento politicamente sensível ao governo, em meio à nova rodada de perda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, diz Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.
A primeira decisão sobre juros será nos EUA. A expectativa é que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mantenha o juro no nível atual entre 4,25% e 4,50% ao ano. Será a primeira vez que o Fed manterá as taxas inalteradas desde que deu o pontapé inicial no ciclo de flexibilização monetária em setembro do ano passado.
Já o Banco Central brasileiro divulgará a nova taxa Selic no início da noite, para a qual espera elevação de 12,25% para 13,25% ao ano, como sinalizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em dezembro. Desta forma o foco ficará no comunicado do Copom, na tentativa de encontrar pistas sobre os próximos passos do BC. Esta reunião será a primeira sob a gestão de Gabriel Galípolo.
Às 11h18, o Ibovespa cedia 0,18% aos 123.833,69 pontos, ante recuo de 0,22%, na mínima em 123.781,39 pontos. Subiu 0,57%, atingindo máxima de 124.766,95 pontos.