Os ataques de vandalismo em Brasília na noite desta segunda-feira, 12, deixaram um rastro de cinco ônibus e três carros de passeio incendiados, sendo sete deles totalmente consumidos pelo fogo. As informações estão em nota divulgada pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, que também informou que uma caminhonete da corporação foi alvo de apedrejamento.

“A manifestação foi revolta e ocasionou danos ao patrimônio público e privado. A corporação ficou muito limitada em sua área de atuação, pois, em razão da violência da manifestação, o perigo para as guarnições de bombeiros era real. Uma viatura tipo AR (auto rápido), caminhonete, do Supervisor do CBMDF, foi apedrejada e outra viatura de água (ABT) também foi alvo de lançamento de objetos”, disseram os bombeiros.

De acordo com as informações, uma pessoa de 67 anos precisou de assistência médica. Ela estava no Setor Hoteleiro Norte, área que fica próxima à sede da Polícia Federal, onde os ataques se iniciaram após a ordem de prisão de um dos líderes de protestos antidemocráticos na capital federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro, José Acácio Serere Xavante.

“(Um homem) desmaiou próximo aos hotéis e foi atendido pelas equipes do CBMDF. Estava consciente, orientado e estável, mas reclamava de dores de cabeça em razão da inalação de gás lacrimogêneo. Após regulação médica, foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de São Sebastião (região administrativa de Brasília)”. Ainda segundo os Bombeiros, foram encaminhadas 18 viaturas e um efetivo de 63 bombeiros militares para acompanhar os ataques.

Os episódios de violência aconteceram no mesmo dia em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que perdeu para o petista no segundo turno, têm pregado um golpe militar para impedir que Lula assuma a Presidência. Bolsonaro, que ainda não se manifestou sobre seu futuro político e a derrota na tentativa de reeleição, fez diversas manifestações desde o ano passado indicando, sem provas, que poderia haver fraudes na eleição.

Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, na Asa Norte, por volta de 19h30, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador de Bolsonaro. A prisão do indígena aconteceu por determinação do STF e atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República por participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que determinou a prisão dos autores dos ataques, mas ainda não havia informações sobre nenhuma detenção até a publicação desta matéria.