30/01/2014 - 7:44
As empresas de varejo brasileiras não podem reclamar de 2013. Para um ano em que se espera um crescimento da economia em torno de 2%, a previsão para esse setor é mais otimista, com resultados esperados de 4,5% em relação ao ano anterior. Porém, enquanto alguns varejistas devem acompanhar apenas essa média, outros conseguiram superar as dificuldades do ano passado e deverão apresentar nos balanços de fechamento de 2013 fortes crescimentos.
De acordo com os analistas de mercado, o destaque para 2013 é varejo de eletroeletrônicos e linha branca e o comércio virtual. ?O segmento de eletroeletrônicos vai apresentar um resultado bem acima dos 4,5% previstos para o ano?, afirma Maria Paula Cantusio, analista do BB Investimentos. O crescimento desse setor é puxado por programas de incentivo do governo, como subsidio para a compra de produtos de linha branca, móveis e outros equipamentos domésticos dentro do Minha Casa, Minha Vida e ainda redução de impostos para esses produtos. Outro fator que favoreceu esse setor foi a Black Friday, que acabou movimentando todo o varejo no mês de novembro. Os maiores beneficiados nesse segmento são Magazine Luiza, Via Varejo e Lojas Americanas, de acordo com a analista. Todas vieram de bons resultados do terceiro trimestre e o quarto promete ser melhor ainda.
Na área do varejo online, o crescimento de 28% desse setor em 2013, com faturamento de R$ 28,8 bilhões, conforme resultado divulgado ontem pela e-bit, empresa especializada em informações no comércio virtual, já dá uma mostra dos resultados que as empresas desse segmento devem apresentar. Para a analista do BB Investimento, B2W é o destaque. ?Com o aporto de capital de R$ 2,3 bilhões anunciado neste começo do ano, a companhia ainda supre suas necessidades de caixa e terá fôlego para fazer seu planejamento estratégico para este ano?, diz.
Sem festa
Porém, nem todos os segmentos do varejo tem motivos para dar pulos de alegria com 2013. Para o vestuário foi um ano sofrido, não só com as vendas em ritmo menor, mas o clima ainda ajudou a atrapalhar os resultados. Esse é o caso da Lojas Marisa, que tiveram um descompasso entre as coleções e as estações do ano. ?A coleção de inverno foi liquidada em julho, mas o frio só veio em agosto, o que reduziu os resultados da companhia?, diz Guilherme Moura Brasil, analista da Fator Corretora. Com um ano fraco, o quarto trimestre tende a ser melhor, mas não consegue levantar o resultado do ano. ?No consolidado, podemos dizer que será um ano ruim para a rede, mesmo que positivo, e terá de arrumar a casa em 2014.? A Renner também enfrentou o problema climático, que acabou levando a companhia a remarcar preços e perder margens. ?O aumento do dólar também deve impactar os resultados?, diz Cantusio, do BB Investimentos. Já a Riachuelo, com um forte plano de expansão, deve apresentar o melhor resultado entre as concorrentes de capital aberto, segundo os analistas.
Para o supermercadistas, a inflação dos alimentos também fez o segmento passar por momentos difíceis. Mesmo assim, o Grupo Pão de Açúcar apresentou resultados positivos e acima da média esperada para o varejo. Primeiro a soltar o balanço do ano, a divisão do comércio de alimentos da companhia apresentou um crescimento da receita bruta de 14,8% no quarto trimestre em comparação com o mesmo período de 2012, somando R$ 10,045 bilhões. No acumulado do ano, a receita bruta alcançou R$ 34,625 bilhões, aumento de 11,9% ante 2012. O destaque foi para a bandeira de atacado Assai, que apresentou 35,6% de crescimento nas vendas. Já a Nova Pontocom, negócio de internet do GPA, teve alta de 32,6% em sua receita líquida no quarto trimestre, enquanto a Via Varejo, que reúne a Casas Bahia e o Ponto Frio, cresceu 11,8%.