A varíola dos macacos, embora conte com número relativamente baixo de casos no mundo se comparado ao de outras epidemias – 18 mil, segundo boletim da OMS nesta quarta-feira (27) – está preocupando as autoridades sanitárias e já é considerada emergência de saúde global. Transmissível por contato direto, principalmente relações sexuais, a chamada monkeypox ainda não possui uma vacina elaborada especificamente para a doença.

Duas vacinas usadas contra a varíola humana, erradicada no mundo em 1980, estão sendo usadas neste momento: Imvanex/Imvamune/Jynneos e ACAM2000.

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A primeira é desenvolvida pela dinamarquesa Bavarian Nordic, feita de um vírus vivo, que não se replica. Ela foi aprovada pela União Europeia na semana passada, já era usada em duas doses nos Estados Unidos e no Canadá. Já a ACAM2000 é produzida pela Emergent, também foi aprovada nos Estados Unidos e usa o vírus vivo, porém com capacidade de se replicar. Após a aplicação única, a picada deixa uma lesão, como na vacina BCG.

Em entrevista ao jornal O Globo, o vice-presidente da Bavarian Nordic, Rolf Sass Sorensen, disse que países que compraram estoques da vacina produzida pela farmacêutica o fizeram há nove semanas. O Brasil, no entanto, segue sem negociar a compra do imunizante e pode ficar sem.

Por ano, a Bavarian produz 30 milhões de unidades da vacina, com posologia de duas doses. “Para os países que chegarem depois, como por exemplo (pode ser o caso do) Brasil, vamos poder oferecer ainda neste ano um pequeno quantitativo para aplacar situações emergenciais e depois garantir que recebam, em primeiro lugar, até o segundo trimestre do ano que vem”, afirmou Sorensen ao jornal.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que negocia a compra de doses em articulação com a OMS, responsável por coordenar, de forma global, com o fabricante.