24/01/2022 - 14:22
Promotores de vários estados americanos denunciaram o Google nesta segunda-feira (24), por suposta coleta de dados de geolocalização de usuários da Internet, mesmo quando expressamente desautorizada, algo que a empresa nega.
O grupo oferece aos usuários do sistema operacional Android ou proprietários de um iPhone com uma conta do Google que ativem a opção de impedir a coleta de dados de geolocalização.
De acordo com o documento apresentado nesta segunda-feira por procuradores da capital federal Washington e dos estados de Indiana, Texas e Washington, mesmo quando essa opção foi ativada “o Google continuou a coletar e armazenar” dados sobre a localização dos usuários. Os dados vieram da atividade na Internet, uso de aplicativos, além de interações wi-fi e bluetooth.
Essa incoerência entre as funções oferecidas e seus efeitos no uso de dados de geolocalização foi tornada pública em 2018 pela agência de notícias Associated Press. O relatório publicado pela AP chamou a atenção de procuradores de vários estados, que iniciaram suas próprias investigações.
Segundo os promotores, o período compreende de 2014 a pelo menos 2019. Cada um tomou medidas legais separadamente em seu estado e pede aos juízes que proíbam essa prática. Eles também solicitam o ressarcimento das receitas geradas pela coleta e uso destes dados, além de multas, de valor não especificado.
Consultado pela AFP, o Google argumentou que a ação legal “(foi baseada) em declarações imprecisas e afirmações desatualizadas. Sempre incluímos opções de proteção de dados em nossos produtos e nos oferecemos para controlar efetivamente os dados de geolocalização”.
“Vamos nos defender vigorosamente e restaurar a verdade”, disse uma porta-voz, que listou as “melhorias” implementadas pelo Google “nos últimos anos”.
Estas, conforme explicado, incluem opções que permitem excluir automaticamente os dados de geolocalização em tempo real e pesquisar um endereço ou local sem que os dados sejam armazenados.
O Google tem sido objeto de vários processos nos últimos anos. Em julho, 36 estados e o promotor público da capital, Washington, processaram a subsidiária Alphabet por supostas práticas anticompetitivas relacionadas à sua loja de aplicativos Google Play.
Dois outros processos estão em andamento nos Estados Unidos relacionados à posição dominante do buscador Google, e um terceiro à tecnologia utilizada na publicidade.