BERLIM (Reuters) – O Vaticano disse que o progressista “Caminho Sinodal” da Alemanha, um movimento que visa dar voz aos membros leigos na administração da Igreja Católica, não tem autoridade para instruir bispos sobre doutrina ou moralidade, e advertiu contra dividir a Igreja.

O movimento, uma reunião regular de igual número de bispos e católicos alemães comuns, tem se manifestado em suas demandas para que o Vaticano permita que as mulheres se tornem padres e quer que a Igreja reconheça as relações entre pessoas do mesmo sexo com uma bênção.

A Igreja da Alemanha, embora longe de ser a maior do mundo, tem uma grande influência por causa da enorme riqueza que deriva dos impostos da igreja arrecadados publicamente. Sua maior diocese, Colônia, é mais rica do que o famoso Vaticano.

“Não deve ser permitido que as dioceses introduzam novos ofícios ou doutrinas que tenham precedência sobre os acordos da Igreja Universal, o que prejudicaria a comunidade da Igreja e representaria uma ameaça à unidade da Igreja”, disse o Vaticano em comunicado.

O Caminho Sinodal –com nome derivado dos sínodos, ou reuniões de clérigos e crentes que moldaram as doutrinas do cristianismo inicial– reflete a frustração generalizada com a liderança do papa Francisco, especialmente no norte da Europa.

Embora a bênção de uniões do mesmo sexo e a ordenação de mulheres sejam incontroversas em grande parte da Europa e América do Norte, um movimento nessa direção pelo Vaticano corre o risco de alienar congregações maiores e de crescimento mais rápido na América do Sul e na África.

(Reportagem de Phil Pulella em Roma e Thomas Escritt em Berlim)

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