Após detalhar as visitas de Michelle, agora é a vez dos gastos de Jair Bolsonaro: o sigilo sobre os gastos do cartão corporativo usado pelo ex-presidente nos quatro anos de gestão foi quebrado, mostrando a cifra de R$ 27,6 milhões em despesas. Na lista, conseguida pela Fiquem Sabendo – agência de dados públicos especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI) – aparecem compras de sorvete e gastos com hospedagens em viagens. Os valores foram criticados por governistas nas redes sociais.

O que Bolsonaro comprou?

Em viagens, foram R$ 13,7 milhões com hotéis, com valor especial usado no Ferraretto Hotel, no Guarujá, cidade do litoral paulista, onde foram pagos R$ 1,4 milhão. Já na hora do sorvete de Bolsonaro, o ex-presidente gastou R$ 8,6 mil em cinco sorveterias diferentes. 

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Outro gasto mostrado aconteceu no dia anterior a uma motociata de Bolsonaro, com valor de R$ 33 mil, no dia 22 de maio de 2021. 

Em alimentação, a soma chega em R$ 10,2 milhões: o ex-presidente gastou cerca de R$ 408 mil em peixarias e R$ 581 mil em padarias.

Segundo o Decreto nº 5.355/2005, o cartão corporativo não impede tais gastos ou, pelo menos, não cita artigo que os impeça. O cartão deve ser utilizado para “pagamento das despesas realizadas com compra de material e prestação de serviços, nos estritos termos da legislação vigente”, regula o artigo 1º.

Reações 

Mesmo não sendo ‘ilegal’, políticos de manifestaram nas redes sociais a respeito dos valores, avaliando que Bolsonaro, que se colocava como ‘homem simples’ e ‘fora de atos de corrupção’, usou o benefício corporativo de maneira ‘esbanjadora’.

Em janeiro de 2021, foram descobertos gastos do governo federal com um item que repercutiu na imprensa e nas redes sociais, chegando a ser tratado de forma cômica. O gasto com leite condensado, que chegou a R$ 15,6 milhões, foi relembrado nesta manhã de quinta-feira, 12, por parlamentares, ao criticarem o uso da verba para alimentar Bolsonaro.

“HAJA LEITE CONDENSADO! Com a quebra do sigilo, descobrimos que Bolsonaro gastou R$ 1,46 milhão em um ÚNICO hotel e R$ 362 mil em uma mesma padaria com o cartão corporativo”, criticou o deputado eleito Guilherme Boulos no Twitter

Outra reação foi de André Janones. “Em hotéis de luxo ele gastou R$ 13,7 milhões, quase 2mi em um único hotel no Guarujá, onde tirava férias quando deveria trabalhar”, criticou. 

Sâmia Bomfim também destacou o gasto do cartão com alimentação do ex-presidente. “Esse pequeno restaurante fica em Boa Vista, Roraima. Bolsonaro gastou aí R$109 mil do cartão corporativo num único dia. A quentinha oferecida custa R$20. Pra conta fechar, teriam que fazer 5450 quentinhas no dia. 227 por hora, por 24h ininterruptas. No mínimo estranho, não acham?”, questionou a deputada federal do PSOL.