A Irlanda do Norte é o resultado de uma agitada história desde a conquista da Irlanda no século XII até os acordos de paz entre separatistas católicos e os unionistas protestantes.

– Da conquista à divisão –

– 1169-71: os cavaleiros anglo-normandos conquistam parte da ilha, abrindo caminho para a dominação inglesa.

– 1556: a Coroa britânica lança uma política de “plantação”, criando colônias em terras confiscadas da população, principalmente católicas.

Chegados da Inglaterra e da Escócia, protestantes, os colonos se estabelecem no nordeste da ilha.

– 1845-48: a Grande Fome dizima a população, com as plantações de batata devastadas pelo míldio. Centenas de milhares de famílias foram forçadas ao exílio nos Estados Unidos. A população cai de 8,5 milhões para 6,5 milhões.

– 1919-1921: uma “guerra de independência” apoiada pelo Exército Republicano Irlandês (IRA) leva à divisão da Irlanda. Seis condados do Norte (Ulster), de maioria protestante, continuam pertencendo à coroa da Inglaterra.

Em 1922, os 26 condados do sul formam “o estado livre da Irlanda” (atual Irlanda).

– Conflito sangrento –

– 1968-69: Nasce o “Movimento dos Direitos Cívicos”, promovido pela minoria católica do Ulster contra as discriminações. Os confrontos começam em Londonderry e Belfast entre separatistas católicos e legalistas protestantes.

Em 1970, o IRA “provisório”, nascido do antigo Ira, arma-se contra “o exército britânico de ocupação” para defender a reunificação da Irlanda. No lado unionista, protestante, formam-se milícias rivais.

– 1972: No dia do “Domingo Sangrento”, no domingo 30 de janeiro, soldados britânicos abrem fogo contra uma marcha pacífica em Londonderry, deixando um total de 14 mortos.

Em março, o Parlamento da Irlanda do Norte é dissolvido e Londres recupera o controle direto dos assuntos da província.

– 1981: O militante republicano Bobby Sands e outros nove detidos morrem em razão de uma greve de fome na prisão de Maze, em Belfast, sem terem obtido o status de prisioneiros políticos.

– A paz –

– 1998: Londres, Dublin e os líderes separatistas e unionistas norte-irlandeses chegam a um acordo histórico de paz.

Assinado em 10 de abril, o acordo da Sexta-Feira Santa prevê o compartilhamento do poder entre deputados protestantes e católicos em instituições semi-autônomas e encerra três décadas de um conflito que deixou mais de 3.500 mortos.

– 2005: o IRA renuncia oficialmente à violência em 28 de julho e desmantela seu arsenal.

– 2007: encontro histórico em 26 de março entre o líder protestante Ian Paisley e Gerry Adams, líder do Partido Republicano Sinn Féin, que concordam em dividir o poder, o que permite o início das instituições.

Em maio, um governo compartilhado toma posse.