23/06/2025 - 19:13
O Observatório Vera C. Rubin, no Chile, divulgou as primeiras imagens de berçários estelares e galáxias. Supercâmera pode detectar até mesmo pequenas mudanças no céu e é ideal para encontrar asteroides.O Observatório Vera C. Rubin, no Chile, divulgou as primeiras imagens de cenas de dentro da nossa galáxia, a Via Láctea, bem como de galáxias remotas, revelando objetos distantes com uma nitidez sem precedentes.
O observatório, financiado pelos Estados Unidos, está localizado no alto do Cerro Pachón, no centro do Chile, onde o céu noturno é particularmente claro e livre de poluição. Ele está equipado com a maior câmera digital do mundo e um telescópio de 8,4 metros.
“O maior filme astronômico de todos os tempos”
Segundo o site do observatório, o telescópio e a câmera “tirarão imagens detalhadas do céu do hemisfério sul por dez anos, cobrindo todo o céu a cada poucos dias e criando um registro em lapso de tempo ultra-amplo e de altíssima definição – o maior filme astronômico de todos os tempos.”
Entre as primeiras imagens divulgadas está uma foto composta da Nebulosa Trífida e da Nebulosa da Lagoa, capturada ao longo de sete horas. Ambas são berçários de estrelas localizados dentro da nossa galáxia, a Via Láctea, mas a milhares de anos-luz de distância – e a imagem revela detalhes nunca antes vistos.
Outra imagem mostra o Aglomerado de Virgem, que inclui até 2 mil galáxias.
O observatório, que levou duas décadas para ser construído, dará início ainda este ano ao seu projeto principal: o Levantamento de Legado do Espaço e do Tempo (LSST, na sigla em inglês), em que o céu noturno será escaneado de forma altamente precisa todos os dias, ao longo de uma década.
O observatório tem sido elogiado por, entre outras coisas, ser capaz de rastrear asteroides e detectar objetos interestelares que passam pelo sistema solar.
O observatório é uma iniciativa conjunta da Fundação Nacional de Ciência e do Departamento de Energia americanos, e leva o nome da astrônoma americana pioneira Vera C. Rubin (1928–2016).
A pesquisa de Rubin sobre as velocidades de rotação das galáxias forneceu as primeiras evidências convincentes da existência da chamada matéria escura – que alguns acreditam que é o que mantém as galáxias coesas apesar de estarem em rotação tão rápida, algo que de outra forma faria com que elas se desintegrassem.