25/05/2022 - 15:29
Mais de 17.000 mortos em 2022, entre eles quase 650 menores: o número de vítimas da violência armada nos Estados Unidos é aterrorizante, segundo uma recontagem de organizações que fazem campanha por um maior controle da venda de armas a particulares.
– 111 mortes por dia –
Em média, 40.620 pessoas morrem por ano por armas de fogo nos Estados Unidos, segundo a ONG Everytown For Gun Safety, ou 111 pessoas por dia.
O estado do Texas, onde a venda de armas é pouco regulamentada, registra uma média anual de 3.647 mortes por arma de fogo, afirma a Everytown.
Desde o início do ano, pelo menos 17.196 pessoas morreram por balas, segundo a organização Gun Violence Archive. Entre as vítimas, 7.626 são de homicídio, culposo ou doloso, e 9.570 de suicídio.
Em 2021, 45.010 mortes foram registradas, incluídos 20.920 homicídios, um recorde desde 2017 (58.114), segundo a Gun Violence Archive.
Os tiroteios também deixaram feridos: 14.247 nos últimos sete meses.
– Crianças entre as vítimas –
As crianças muitas vezes são vítimas de balas perdidas ou de uma arma encontrada por acaso, ou ainda em ataques a escolas, como ocorrer em Uvalde, no Texas.
Em 2022, 647 menores morreram por disparos e mais que o dobro(1.594) ficaram feridos. Segundo este balanço, 140 menores de 11 anos morreram e 2.898 ficaram feridos.
No ano passado, 1.560 menores morreram e 4.132 ficaram feridos.
– Mais de um tiroteio por dia –
Desde o início do ano, 145 dias, os Estados Unidos já sofreram 213 tiroteios em massa, segundo a Gun Violence Archive, que contabiliza nesta categoria os incidentes com pelo menos quatro vítimas (mortos ou feridos) sem incluir o agressor.
“Há mais assassinatos em massa do que dias no ano”, disse o senador democrata de Connecticut Chris Murphy.
Em 2021 foram registrados 692, um recorde desde 2014, quando a Gun Violence Archive começou sua contagem.
– Recordes batidos –
Em um país onde as armas circulam livremente e a legislação é diferente de acordo com os estados, em 2020 foram notificados 19.350 homicídios com arma de fogo, um aumento “histórico” de quase 35% em relação a 2019, e 24.245 suicídios (+1,5%), segundo as últimas estatísticas das autoridades sanitárias.
Este é um nível inédito em 25 anos, mas ainda abaixo do auge na década de 1980.
A taxa de homicídios se situou em 6,1 para cada 100.000 habitantes em 2020, um recorde em mais de 25 anos, informaram os Centros para a Prevenção e Controle de Doenças (CDC) em seu relatório publicado no início do mês.
Para as autoridades de saúde pública, este aumento foi potencialmente causado pelos efeitos da pandemia de covid-19 e a pobreza.
Em 2021, várias cidades americanas, tanto grandes metrópoles como cidades médias, também registraram recordes. Chicago, a terceira maior cidade do país, registrou o maior número de homicídios: 836. Memphis, no Tennessee, bateu o triste recorde por habitante, com 2.352 homicídios para cada 100.000 pessoas.
– 43 milhões de armas –
Nos Estados Unidos, onde o direito de possuir uma arma está garantido pela Constituição, a quantidade de pistolas, revólveres e rifles disparou nos últimos anos.
Mais de 23 milhões de armas foram vendidas em 2020, um recorde, e quase 20 milhões em 2021, segundo dados compilados pelo site Small Arms Analytics.
A isto se soma um número crescente de armas “fantasmas”, vendidas sem números de série, muito populares entre os criminosos.
Em junho de 2021, 30% dos adultos americanos disseram que possuíam ao menos uma arma, segundo uma pesquisa do Centro de Investigação Pew.