Se você tem mais de 30 anos de idade, está no auge da carreira, conquistou um alto padrão de vida e não quer abrir mão dos rendimentos na aposentadoria, aí vai uma alternativa: a nova coqueluche do mercado financeiro é o Vida Gerador de Benefícios Livre (VGBL). Lançado há apenas sete meses, essa modalidade de previdência privada tem atraído um número crescente de investidores e atingiu um patrimônio de cerca de R$ 700 milhões. Qual o motivo de tanto sucesso? Diferente do tradicional Plano Gerador de Benefícios Livre (PGBL), o grande atrativo do VGBL não é a dedução de 12% no Imposto
de Renda (IR). A vantagem deste produto está na hora de usufruir
o dinheiro acumulado. O VGBL não tem a dedução de 12% no IR.
Em compensação, os tributos são cobrados apenas sobre os rendimentos e não sobre o patrimônio total como acontece no PGBL. Ou seja, nesse novo plano, se você aplicou R$ 1 milhão e no fim
de um ano tem na conta R$ 1,1 milhão, a alíquota de 27,5% do IR incidirá sobre os ganhos de R$ 100 mil. Deste modo, a mordida do Leão é de R$ 27,5 mil. No PGBL, a cobrança será feita sobre o total dos recursos abocanhando R$ 302,5 mil. Por isso, especialistas indicam que o VGBL serve principalmente como um complemento para quem aplica no PGBL e precisa mais do que os 12% deduzidos no IR.

 

Os primeiros a lançar o produto foram o Itaú e o Bradesco. ?Lançamos o VGBL em março e, depois de quatro meses, já captalizamos R$ 500 milhões?, diz Marco Antônio Rossi, diretor-gerente do Bradesco. A instituição da Cidade de Deus é a líder absoluta do segmento e possui quatro opções para quem pretende planejar uma velhice tranqüila. Os mais conservadores podem aplicar o dinheiro em um VGBL com patrimônio atrelado 100% a renda fixa. Quem pretende arriscar um pouco mais poderá investir em outros três planos, que contam com distribuição de 15%, de 30% e de 45%, respectivamente, em renda variável. O resgate só poderá ser feito depois de um ano que o dinheiro foi colocado na conta. E os rendimentos variam de 1,13 % a 2,29% ao mês. ?Esperamos alcançar um patrimônio de R$ 2 bilhões até o fim do ano?, diz Rossi. O Itaú também tem motivos de sobra para estar eufórico. ?Já temos 40 mil clientes e R$ 100 milhões na carteira?, diz Osvaldo do Nascimento, diretor do Itaú. A principal vantagem oferecida pela instituição é que o resgate pode ser feito em seis meses. Com isso, a meta é atingir a marca de 150 mil clientes até o fim do ano.

Lançamentos. De olho nesse potencial de investidores, outras instituições embarcaram no segmento há poucos dias e outras devem estrear nos próximos meses. Entre elas figuram Unibanco AIG Seguros, Real Previdência e Seguros e Nationwide Marítima Seguros. A Real, por exemplo, lançou o seu VGBL há apenas duas semanas e já vislumbra alcançar 5% do mercado até o fim do ano. Para isso, criou dois planos para atender seus clientes. Para os mais abonados (leia-se quem aplica mais de R$ 20 mil), a taxa de administração varia de 1,5% a 2% e a taxa de carregamento, paga em cada depósito, é zero. ?Para quem está no topo da pirâmide esta aplicação é mais vantajosa?, diz Flávio Perondi, diretor da Real Seguros. Na mesma trilha, segue a Nationwide Marítima Seguros. A instituição vai lançar em agosto três modalidades de VGBL: uma com 100% do capital aplicado em renda fixa e outras com 10% e 25% em renda variável. Para complementar este produto, a Nationwide também dá a opção para você contratar um seguro de vida e invalidez junto com o plano de previdência.

O Unibanco, que também tem um modelo de VGBL com seguro de vida, prepara a diversificação do plano de aposentadoria. A menina dos olhos da instituição será lançada dentro de um mês e atenderá pelo nome de Prever Invest. Quem preferir a nova aplicação, não será obrigado a contratar o seguro. Diante de tantas opções, preste muita atenção na hora de escolher seu plano de previdência. Não existe o modelo pior ou melhor. A opção mais adequada é a que se encaixa nos seus projetos para o futuro.