09/08/2021 - 11:29
Por Gabrielle Tétrault-Farber
VARSÓVIA (Reuters) – A velocista Krystsina Tsimanouskaya, que foi retirada pela equipe bielorrussa da Olimpíada de Tóquio depois de criticar seus treinadores, está leiloando a medalha conquistada nos Jogos Europeus de 2019 para ajudar atletas que dizem ser visados pelas autoridades.
Dirigentes de Belarus levaram a corredora de 24 anos ao aeroporto de Haneda, em Tóquio, contra a vontade dela no dia 1º de agosto, um dia antes da disputa dos 200 metros rasos.
+ Seleção ignora Peak, usa Nike e abre disputa no Time Brasil; entenda a polêmica
Ela se recusou a embarcar no voo de volta para casa, e desde então buscou refúgio na Polônia por temer por sua segurança caso retornasse.
Tsimanouskaya disse à Reuters que a razão de ter sido afastada da equipe foram suas críticas públicas sobre “a negligência dos nossos treinadores”.
Ela disse que foi inscrita no revezamento 4x400m sem seu conhecimento depois que se descobriu que alguns membros da equipe não podiam correr por não terem passado por exames de doping suficientes.
A Fundação Bielorrussa de Solidariedade no Esporte, um grupo que apoia atletas presos ou afastados devido às suas posições políticas, disse nesta segunda-feira que a medalha está sendo leiloada a pedido de Tsimanouskaya em apoio a atletas de Belarus “que sofreram com as ações do regime de (presidente Alexander) Lukashenko”.
Até a manhã desta segunda-feira, os lances pela medalha haviam chegado a 5.200 dólares no site eBay.
A repressão do governo bielorrusso afeta atletas de elite, alguns dos quais foram presos por participarem de protestos de rua.