20/09/2019 - 9:58
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, comentou sobre o cancelamento da oferta de ações do Banrisul na manhã desta sexta-feira, 20, em entrevista à Rádio Gaúcha, admitindo que o preço ficou aquém do desejado. “Resolvemos cancelar a oferta porque não resolve o problema, poderia até ser a solução mais fácil, ajudaria a pagar as contas do Estado, mas lá na frente não resolveria a questão do déficit”, afirmou o governador, citando que essa conta beira R$ 12 bilhões.
Questionado sobre uma eventual privatização do banco, o governador admitiu que se a Assembleia vier a propor um debate “não ficaria surdo” ao tema. Mas ponderou: “Está longe de estar na lista de prioridade a venda do Banrisul”.
Leite ressaltou que a venda de uma fatia das ações que detém no banco não é o foco de sua gestão, que é resolver o problema fiscal do Estado e fazer reformas estruturais. “Se não vamos vender ações do banco, teremos de fazer mais esforços (…), os cerca de R$ 2 bilhões que estavam previstos seriam importantes, mas não vamos deixar de estar obstinados em colocar o salário do servidor em dia. Não dá para achar que é normal um Estado estar há quase quatro anos com atraso se salários, o que gera insatisfações ao cidadão e também prejuízo econômico.”
Alguns dos demais pontos a resolver seriam a dívida na saúde e o fato de que a companhia energética CEEE parou de pagar a integralidade do impostos devidos, o ICMS. “Hoje, ela paga parcialmente, nunca integraliza.”
Segundo fontes disseram à Coluna do Broadcast, o banco esperava vender sua fatia no banco ao preço de R$ 19,00, e para tentar emplacar a oferta, o governo gaúcho chegou a reduzir o número de ações a serem vendidas. Mas as ordens de investimento estavam a R$ 18,50. Nos bastidores, houve o entendimento de que ocorreu muita pressão vinda de investidores minoritários do banco, que defendem que o caminho para o Banrisul seja a privatização, o que teria pesado contra.
Na quinta-feira, 19, em entrevista coletiva, Leite comentou que havia interesse, inclusive de grandes bancos estrangeiros, e que a oferta era consistente, mas que não faria “uma venda a qualquer preço.”