As vendas da indústria de máquinas tiveram em junho mais um mês de baixa na comparação com igual período do ano passado, refletindo a queda dos investimentos em bens de capital no Brasil, avanço das importações e as exportações mais baixas do setor.

A receita líquida total, que engloba tanto as vendas internas quanto os embarques ao exterior, caiu 9,6%, somando R$ 23,16 bilhões, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira pela Abimaq, a entidade que representa os fabricantes de máquinas e equipamentos. O resultado decorre da queda de 10,8% das vendas internas, que ficaram em R$ 18,19 bilhões, além da baixa de 11,6% das exportações, cujo valor, em dólar, foi de US$ 922 milhões.

Apesar da queda de 2,7% do consumo de máquinas no Brasil, que somou R$ 31,2 bilhões em junho, as importações avançaram 3,1% no comparativo interanual, chegando a US$ 2,31 bilhões no mês passado.

Conforme a Abimaq, as importações seguem ganhando espaço no mercado brasileiro, respondendo por 45,2% do total de máquinas compradas no Brasil no primeiro semestre. Um ano atrás, a participação dos importados estava em 39,8%. A entidade aponta aumento nas importações feitas por fabricantes de bens de consumo, incluindo a indústria de alimentos.

A China, principal origem das máquinas importadas, já responde por 28,5% das importações realizadas no País, 4 pontos porcentuais acima do patamar do mesmo período do ano passado. É o maior nível da China nas importações totais de bens de capital mecânicos dentro da série histórica iniciada em 2007, quando a participação chinesa era de apenas 6,9%.

Com isso, a indústria de máquinas e equipamentos terminou o primeiro semestre com queda de 16,4% nas vendas, somando nos seis meses R$ 122,9 bilhões em vendas internas e exportações. Houve no período queda de 17,8% das vendas internas, para R$ 91,9 bilhões. Já as exportações recuaram 9,1%, somando US$ 6 bilhões. Na contramão, as importações, de US$ 14,16 bilhões de janeiro a junho, subiram 6,5%.

Na margem – ou seja, de maio para junho -, o setor exibe resultados mais positivos, com crescimento de 10,4% da receita líquida total, apesar do declínio de 12,3% das exportações. O consumo aparente de máquinas no Brasil subiu 6,6% no comparativo de junho com maio, sendo que no mês passado as importações caíram 9,3%.