13/11/2025 - 9:23
As vendas do comércio tiveram queda de 0,3% em setembro, na comparação com agosto, após alta de 0,1% em agosto, conforme a atividade econômica dá sinais de desaceleração. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira, 13, pelo IBGE.
Em relação a setembro de 2024, houve crescimento de 0,8%. No ano, o varejo acumula crescimento de 1,5%. Em 12 meses, o avanço é de 2,1%, a menor taxa de crescimento desde janeiro de 2024.
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A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,3% na comparação mensal e de avanço de 2,0% sobre um ano antes.
Com o resultado de setembro, o setor varejista registrou queda em 5 dos últimos 6 meses. O comércio tem oscilado em margens estreitas este ano, conforme o setor equilibra de um lado uma taxa básica de juros elevada — a Selic está atualmente em 15% ao ano — e de outro um mercado de trabalho aquecido, com renda em alta.
“O crédito mais caro impacta o consumo e o poder de compra, e consequentemente as vendas no varejo”, disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE. “A situação não foi de uma perda maior por conta de uma baixa da inflação e de avanços no mercado de trabalho aquecido.”
O que puxou a queda em setembro
Na passagem de setembro para outubro, seis dos oito setores pesquisados tiveram queda: Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,6%), Tecidos, vestuário e calçados (-1,2%), Combustíveis e lubrificantes (-0,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,9%), Móveis e Eletrodomésticos (-0,5%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,2%) registraram taxas negativas.
No comércio varejista ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças, Material de construção e Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas subiu 0,2% em setembro na comparação com agosto. Frente a setembro de 2024, houve crescimento de 1,1%. No ano, o varejo ampliado acumula -0,3%. O acumulado em 12 meses foi de 0,7%.
Em setembro, as vendas de veículos e motos, partes e peças tiveram queda de 0,8% ante agosto, e as de material de construção registraram recuo de 0,1%.
“A economia brasileira como um todo deve crescer menos em 2025 do que em 2024. Essa desaceleração é reflexo dos juros mais altos, que tendem a desestimular os investimentos e impactar o consumo. Considerando os números do varejo, da indústria e dos serviços divulgados recentemente pelo IBGE, nossa expectativa é de que o PIB tenha recuado 0,1% no 3º trimestre e feche 2025 com crescimento de 2% em relação ao ano passado”, avaliou Heliezer Jacob, economista do C6 Bank.
Com informações da Reuters
